Quadros votivos em Angra dos Reis Rio de Janeiro – Brasil
Abreviação latina de ex-voto suscepto (“o voto realizado”), o termo designa pinturas, estatuetas e variados objetos doados às divindades como forma de agradecimento por um pedido atendido. Trata-se de uma manifestação artístico-religiosa que se liga diretamente à arte religiosa e à arte popular, despertando o interesse de historiadores da arte e da cultura, de arqueólogos e antropólogos. As motivações do presente votivo são muitas: proteção contra catástrofes naturais, cura de doenças, recuperação em virtude de sofrimentos amorosos, acidentes e dificuldades financeiras. O voto feito aos Santos, por sua vez, também adquire formas muito diversas: placa, maquete ou pintura descrevendo os motivos da promessa, ou pequenas réplicas (de barro, madeira ou cera) das partes do corpo afetadas por moléstias (perna, cabeça, mão, coração etc.).
“Designam-se “ex-votos marinhos” aqueles em forma de barcos, realizados em regiões litorâneas. Colocados em locais públicos – capelas ou sala de milagres, os painéis ou presentes votivos trazem freqüentemente a inscrição “ex-voto” ou “milagre feito” ou ainda “milagre que fez”…
“Milage que fez…”, era assim que os devotos da região de Angra dos Reis escreviam em pequenas tábuas pintadas, dando créditos ao Santo de sua devoção.
De estilo barroco típico do século XVIII, assim são os ex-votos de Angra dos Reis. Caprichosos detalhes e recortes nas tábuas, cores primárias fortes, azul presente quase sempre no pano de fundo das cenas, amarelo, vermelho e laranja dão contorno nas curvas e contracurvas, dando impressão de pequenos oratórios, rústicos e simples, os pedidos “agradecimentos” eram escritos em papel e depois colados nas pequenas tábuas, era dessa forma que fiéis agradeciam por suas graças. Muitos dos ex-votos foram oferecidos a Santa Luzia protetora da visão. A exemplo das imagens abaixo. “Olhos recortados na altura das sobrancelhas, como se estivessem atrás de máscaras, azuis ou brancas, algumasmostram também, entre os olhos, elemento decorativo em forma de gotas estilizadas. Possível alegoria barroca à doença curada.” In: PESSOA, José. (Casa da Palavra, 2001).
Muito legal seu blog Eduardo. Informaçoes selecionadas sempre são bem vindas...
ResponderExcluirParabéns!!!
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