sábado, 27 de abril de 2019

QUADRO HISTÓRICO PRECISA DE RESTAURO





 QUADRO PRECISA DE RESTAURO URGENTE!

Bem físico do acervo da Câmara Municipal de Angra dos Reis-RJ, e patrimônio cultural material e simbólico do povo angrense e região, por sua carga de arquétipos originários , o quadro é do pintor Darwin, artista paulista radicado na região da Costa Verde por décadas.

Há rasgões no tecido, ranhuras na base pictórica e pulsões na moldura. Além de muita sujidade e fuligem, pois fica exposta no prédio do Plenário Adelino, com grande circulação de automóveis nas ruas aí redor.



Trata-se de óleo sobre tela têxtil, obra assinada em 1947, portanto há 72!!

Nosso pequeno , mas gigante IPHAR (www.iphar.org), vai encampar mais esse projeto de resgate de mais um tesouro angrense. 

Junte-se a nós!
Doe algumas horas por mês!


sábado, 6 de abril de 2019

SEXO COM NEGROS ESCRAVOS NO SÉCULO XVI AO XIX: POSSE MAS NÃO POSSO?



Cena do filme "12 anos de escravidao",
de 2013; direção de   Steve McQueem.


Nas longínquas e praticamente isoladas fazendas de café do período da construção do Caminho do Caramujo, no século XVII, XVIII e XIX, era comum os Senhores usarem as escravas para saciar suas tensões libidinosas, para mostrar poder ou até mesmo para divertimento de outros fazendeiros visitantes.
Resultado de imagem para liberdade, liberdade sexo escravo
Cena da Minissérie da Globo TV:"Liberdade, Liberdade"

Muitos destes Senhores até faziam lucro , prostituindo e explorando suas cativas.

No entanto, muitas sinhás, viúvas ou com seus maridos em longas viagens pelos sertões, também abusavam dos negros...e até das suas mucamas...
Era comum inclusive as matronas brancas, já idosas, frequentarem a senzala e alcovas com seus pajens pretos.
A seguir, imagens descritivas via modalidade de quadrinho ("comics"), do artista Tim Richards Bdsm:

Estupro no canavial

Mercado

Cativas sendo higienizadas :
 podendo-se presumir
que seria para exposição
no leilão quanto para
estupros coletivos.
Muito diferente das artes romanceadas ou com sofrimento minimizado expostos em filmes, minisséries e relatos escritos, estavam hordas de estupradores , senhores do baronato ou havia o preto reprodutor, que dava muito lucro para os investidores, pois por características físicas envoltas em lendas, mas também em teses eugênicas ainda nascentes, como perna fina, boa altura e de nação africana "pura", se tornava uma boa peça para enxertar: http://realidaderevista.blogspot.com/2011/05/confissoes-de-um-velho-reprodutor.html

Imagem relacionada
Cena da Minissérie
 da Globo TV:
"Liberdade, Liberdade"

Infelizmente, os casos em que tanto a preta cativa engravidava quanto a si a sinhá , resultava em milhões de abortos forçados. Alguns casos em abandono em famílias de caipiras, para criarem.


Tratava-se de uma mera depravação, uma fixação etnológica ou uma cultura generalizada?
Limpeza da animália para prostituição,
 ou exposição no mercado.

Imersos no imaginário e memórias européias e asiáticas advindas dos vastos e intrusivos impérios, como os de Roma, Grécia, Pérsia, Bizâncio entre outros, poderíamos afirmar que trata-se de um subjugo beneplaciado pelos costumes e aceito pelo status quo importado. 

Cena de bissexualidade em Pompéia,
descoberta por arqueólogos.
Provavelmente um dos participantes ou mais, são escravos.

Nas Villas romanas e banhos públicos, também na Grécia, durante śeculos, principalmente a partir da República Média na Itália(274-146 a.C.)
Eromenos (em gregoἐρώμενος – plural: "eromenoi") era um adolescente do sexo masculino envolvido em uma relação amorosa com um homem adulto, denominado erastes (em grego, ἐραστής – plural: "erastoi"). Publicamente, o homem dito Erastes era o ativo(pois os romanos odiavam o  papel passivo, símbolo de fraqueza), mas na intimidade das mansões, banheiros públicos, esquinas escuras ou barracas de guerra, a maioria dos romanos era bissexual.
Mas há a influência autóctone, pois  a liberalidade, seja ritualística seja de uma inteligência incutida de diversidade biológica dos Tupis e Jês, somando-se os Macro-jês, que ofereciam suas esposas e filhas aos visitantes, inclusive para alianças de compadrio geográfico ou de aldeamento.
Imagem relacionada
Filme " Como era gostoso meu francês", 1971

A hierarquia eclesiástica não detinha qualquer controle real sobre as relações internas do sistema patriarcal luso -brasileiro, pois inclusive muitos desses religiosos eram amancebados com seus ajudantes rapazes, escravos de paga ou em suas visitas pastorais nos sertões , em fazendas, á moda de contrato. A Casa Senhorial era soberana no ditar as regras de convívio e dependendo do Senhor, eram mais rígidas e pudicas ou até mesmo orgíacas!
Havia também divertimentos como colocar vários casais de escravos praticando atos obscenos e sexuais forçados, para deleite psicológico dos convivas...

Imagem relacionada
Leilão humano...há apenas 125 anos...

No Vale do Parahyba, Sul de Minas Gerais e Leste do Rio de Janeiro, são encontradas sedes com vastos salões quase subterrâneos, onde ocorriam leilões de negrinhas imberbes, virgens e rapazotes, entre ricos comerciantes, fazendeiros, cardeais ou bispos e políticos. A sinhá não poderia reclamar sob pena de descasamento e retirada da herança e ainda repúdio marital no Tribunal da Diocese.
Porém , os jovens e até idosos, sofriam abusos (no sentido legal atual) até mesmo de feitores  e de outros encarcerados da senzala.

Assim, nas escuridões das matas, em meio a lamparinas e velas nos calabouços, gritava o som mudo de revolta e sofrimento das vítimas, meninos ou meninas, enquanto a sinhá tomava chá em pratarias e louças Flow Blue e Sèvres.



sexta-feira, 5 de abril de 2019

A HISTÓRIA EM IMAGENS MEMORIAIS

Há imagens que são "históricas" porque foram historicizadas pelo próprio tempo e seu significado para a cultura local.

1-HISTÓRIA DENTRO DA  ESTÓRIA
neste nosso caso, é implícito o valor nelas, pois trata-se de uma leitura da realidade de então, captada por olhares de diversos autores: cientistas alemães, pintores austríacos, botânicos franceses, geógrafos estadunidenses entre outros.
Extração da gnaisse facoidal , de Drebret.
São pessoas armadas com pincel e lápis apenas, como Spix, Debret, James Handerson, Rugendas, Maria Grahan, Von Martius e tantos outros relatores.
Grande parte trazidos pelo incentivo financeiro e patrocínio real da comitiva de Dom João VI e  depois pela Imperatriz Carolina Josefa Leopoldina Francisca Fernanda de Habsburgo-Lorena.
Uma mina tipo pedreira.
 Tão comum para uso dos maciços  da Serra do Mar
 nos caminhos antigos coloniais.

Tropeiros em um "pouso"(de Charles Mendseer)




Assim, são janelas historiográficas por si só; verdadeiros vórtices no tempo.
Há oportunidades de estudo no ramo da ecologia, antropologia, arqueologia da paisagem e até moda.

Tela do pintor frances Auguste Biard

2-ESTUDOS DO IPHAR:
No nosso caso, estamos diante de uma rara imagem de uma mina de extração rochosa(1) muito provavelmente.
Construções habitacionais e até estradas imperiais.
Também retratam os personagens verídicos(2;3,4) da frequência dos caminhos primevos, sertões das gentes "bravias" e tropeiros.
Temos ainda os precários modos de transporte.(5)
Importante ressaltar o papel fundamental da mulher colona; esta , ainda que cuidando de gravidez (muitas vezes de risco) e  filhos, também detinha conhecimentos de botânica e herbários,-neste caso, na maior parte num híbrido riquíssimo de farmacopéia primitiva, mas eficaz, de essências extraídas e guardadas, misto de beberagens européias e os chás e alimentos aprendidos com as cunãs Tupis- conheciam de cavalariça e até de armamentos, pois na ausência de algumas horas ou até meses, de seus consortes, elas provinham a casa e se protegiam, pelo menos do primeiro ataque de criminosos, bandoleiros e indígenas, com uso de trabucos montados, arcabuzes e explosivos.
A odisséia diária de tropeiros e ajudantes á paga ou escravos.

Tropeiro, com seu itens básicos


3- TÉCNICAS USADAS PARA RETRATAR.
A mais variadas técnicas foram usadas por estes viajantes: 
A- Litografia, molde impresso a partir do original, prensado sobre uma superfície calcária ou metálica.
B- Xilogravura, arte e técnica de fazer gravuras em relevo sobre madeira.
C- Desenho livre a lápis, giz ou carvão com efeito esfumaçado ou não.
D- Pintura, com uso de tela têxtil tradicional ou outra base; tinta a óleo.
E- Fotografia. Primitiva e a partir da segunda metade do século XIX.


4-EPÍLOGO:
Assim, temos esses registros, mesmo que subjetivos em parte internalizados pelos autores e em alguns casos, até produzidos intencionalmente sob influência de ideologias políticas  e teorias raciais.

As mulheres colonas: trajes de época remontados
 com Agnes , Carlos Eduardo e Maria Célia

Achados do IPHAR


Aproveite a viagem!

Carlos Eduardo
Presidente do IPHAR

segunda-feira, 1 de abril de 2019

TOPONÍMIA: QUANDO OS NOMES GEOHISTÓRICOS SÃO SAGRADOS

🌎TOPONÍMIA:🌎
NOME DE ELEMENTOS GEOGRÁFICOS E HISTÓRICOS SÃO PATRIMÔNIO DE UM POVO.

Não existe "praia do dentista"; é Jurubaiba.
Os nomes também são uma herança cultural, pois fazem parte de um "mapeamento" cognitivo da população local, inclusive com teor afetivo.

Ilha Gipoia, vista do continente


Essa praia e na segunda maior ilha do belo arquipélago da Baía da Ilha Grande, em Angra dos Reis, Brasil.

Obs: Há também outras versões linguísticas:
⚜️Do tupi jeri’wa: jerivá, palmeira da Mata Atlântica +  yba(ruim)=Palmeira Ruim.
⚜️Do tupi jeri’wa: jerivá, palmeira da Mata Atlântica +  ybá(fruto)=Fruto da Palmeira

TESOURO PICTÓRICO: ALTAR-MOR DA IGREJA DE NSA. SRA. DA LAPA E BOA MORTE

⚜️🏛️🏆
TESOUROS DE ANGRA DOS REIS-RJ

Magnífico detalhe pintado do Altar Mor da Capela de Nsa. Sra. da Lapa e Boa Morte.
Século XVIII, madeira policromada e penacho com figura antropomorfa.
 O"sol" como simbologia barroca e esotérica do passar do tempo e da efemeridade da vida humana. Há outra, em parceria com esse, com a lua.
Capela de 1752


Belíssima pintura figurativa


O RUMO PERDIDO ...



EM BUSCA DO RUMO


1-
Antes um povo calmo, gentil , trabalhador, dono de si, dono das praias, dono dos sertões e dono das ilhas.
Antes uma comunidade humilde, quando namorados iam a praia de bicicleta e o lanche era um sanduba caseiro, sem se sentir envergonhados...
Antes ter orgulho de guardar no ranchinho  a canoa "Regina", como meu avô Ramos...
Antes servir com sorriso no rosto como vendedor ou dono de um "secos e molhados" , aos fregueses que anotava no livrinho, e pegava no saco de 50kg, com a quantia a granel, do "mio dibuiadi" ou feijão.

2-
Aí veio a ferrovia.
Mas a cidade ainda crescia e era feliz .
Aí veio o porto e guindaste.
Mas a cidade ainda crescia e era feliz.
Aí veio a construção do Colégio Naval.
Mas a cidade ainda crescia e era feliz.

3-
Mas vieram a rodovia federal, usina atômica, o estaleiro, o terminal petrolífero e os condomínio invasores.


Início das moradias(invasões)
no Morro do Santo Antonio,
maioria de caiçaras expulsos
 das praias e ilhas.




4-
Fechou o sorriso .
Fechou os muros.
Fechou a porta do barraco nos morros do centro.
Fechou a oportunidade de trabalho para o morador invasão de aproveitadores.
Fechou a ferrovia. Abandonada.
Fechou o porto, ignorado.
Fechou a praia e os acessos.Sem lazer.
Fechou o crédito popular e a abertura econômica que crescia livre.

Saudade de que?Do Imperador?
De um futuro
 que nunca conseguiu chegar
 no cais,
 trazendo desenvolvimento
 e liberdade
?

5-
Quando voltará, terra angrense dadivosa,  ao desenvolvimento econômico livre, sem monopólio e amarras,  mas com formação para o nativos?