terça-feira, 3 de setembro de 2019

EXPEDIÇÃO BANANAL: PASSEIO COMEMORATIVO DE ANIVERSÁRIO

🌐🌐🌐🌐🌐
EXPEDIÇÃO BANANAL:
PASSEIO COMEMORATIVO DE ANIVERSÁRIO.


Foi no domingo, 1° de setembro nossa Expedição Bananal( na verdade um passeio).





Vitrais multicolores inspirados em textos bíblicos.










Ainda se vende "à lata".

Queijos e doces são como a araruta uma iguaria local.










Tarja em metal, um belíssimo trabalho .


3 períodos nessa "prospecção" acidental: século XXI, Século XVIII/XIX(taipa de pilão) e século XX.




⚜️1-A VIAGEM 

Correu em clima de amizade e alegria, com o trajeto cheio de bougainvilles(, Bougainvilleasp.),ipês(Handroanthus)amarelos, rosa e brancos e mulungus(Erythrina mulungu).

⚜️2-A CHEGADA

Comemorando juntos o aniversário do grupo de preservacionistas do IPHAR, organizamos uma imersão cultural no circuito dos tropeiros e do café, escolhendo a Fazenda Coqueiros como nosso foco,das acolhedoras Beth Brum e Tatiana, mãe e filha, cujas terras já estão na 4° geração.
Está fazenda está ligada ao nosso Projetos Caminhos Antigos, por ser ela o destino das levas de africanos escravizados que desembarcavam em portos clandestinos em Angra, sendo no Bracuhy, Ariró, Jurumirim, Japuhyba e outros locais do litoral, e subiam as escarpas da Mata Atlântica por desvios e caminhos como o Caminho da Pedra, Caminho do Bracuhy e Caminho do Caramujo mediante talvez propinas, na Guarda e no Registro.
Com uma programação feita para experiências dos membros - via caminhada leve pelo centro histórico da simpática Bananal(SP) - recheada de História, inventividade/tecnologia à brasileira, arte sacra, arquitetura e indústria ferroviária.





Piso em ladrilho hidráulico.








Pisos artísticos, início do séc.XX ou final do séc. XIX.


Calçadas originais com peças de rocha de mais de 1'5 m de diâmetro.

🧭Ecos. Olhos mudos, e vozes cegas...brumas da história.

⚜️3-O CITY TOUR

A praça em frente a Igreja do Rosário, Fórum e o Solar dos Valim tem um obelisco cujas fotos ficam muito bem distribuídas espacialmente. Na Casa do Artesão, por ali, se consegue paninhos, crochês e outras lembranças.

Destaque para a Igreja Matriz, cujo orago é Bom Jesus do Livramento, construção de 1811. De fachada simples, em estilo neoclássico, mas no interior, além de belas pinturas no teto após o arco Cruzeiro, na Capela Mor,  tem uma capela do Santíssimo em estilo gótico, com os 12 apóstolos em madeira esculpida. Belíssima!


Sistema de pesos, em exposição num dos empórios do centro da cidade.
A farmácia mais antiga do Brasil, ainda em funcionamento.
E seu piso centenário!








Já na praça em frente, cercada de tapumes para reforma, não pudemos admirar e pesquisar o belo chafariz em bronze, idêntico ao nosso mal conservado Chafariz do Lagarto/Herval.

🧭Ecos...olhos mudos e vozes cegas...brumas da história.
A influência da religião da Maçonaria (sim, religiosidade: tem ritual, tem líder,tem a presença de mistérios/regras/dogmas sacros), na arquitetura do centro urbano antigo é absoluta, inclusive na Igreja de Nsa.Sra. do Rosário, dos pretos. Com a portaria em explícita configuração do portal de Boaz e Jachin, inclusive com o Olho(oculus videt omnia) triângulo piramidal,  simbolismo deste grupo filosófico.

Muitos casarios do século XIX , preponderantemente! A maior parte bem conservada, embora alguns com as típicas monstruosidades brasileiras, tendo o térreo modernoso e o 1° andar conservando os tópicos característicos da originalidade.









A Estação ferroviária de Bananal, de 1889, trazida da Bélgica de navio e depois sobre burros, provavelmente a única no Brasil, a ser totalmente pré moldada, de metal. Sem uso atualmente...e a réplica fiel na praça,  de uma locomotiva tipo 302 .. que nunca andou por lá.

🧭Ecos. Olhos mudos, e vozes cegas...brumas da história.

Almoçamos no Casarão, com belas vistas para o sobrado  do Palacete dos Leões...

⚜️-A VISITA

Fomos recebidos inicialmente pelo simpático Júnior, monitor e como cordialidade levei o símbolo de nosso artesanato angrense, a Santa da Cavala (Scomberomorus cavalla), feita por mim. 
Após, fizemos o intratur com causos, histórias e curiosidades inclusive o  Menino de Ouro, esse menino veio a ser o Barão Ribeiro Barbosa, atuante na política e das doações em dinheiro (moedas) para a Coroa, que morreu sem deixar herdeiros, devido a promessa que fez seu pai, que se chegasse até a adolescência e se curasse da doença crônica que tinha, daria o peso dele em ouro para a Santa Casa de Misericórdia de Bananal.
Outras fazendas monumentais estão pela região.
O monitor recebendo nosso artesanato típico litorâneo.




Gesto de "2 anos" e ao mesmo tempo, da vitória.


O ritual de chegança, o  lava- mãos!














A moeda era local; tal a importância da economia e geração de fortunas!


Quadro do Barão, "menino de ouro": um playboy do século XIX, vivia em orgias e festas que duravam até uma semana...no clima de luxúria e liberdade entre os Senhores, na então pujante Bananal.







Penicos e escarradeiras luxuosas e rebuscadas, disfarçavam o grande atraso tecnológico da época: sem água encanada, nem luz elétrica (já havia chegado na Europa) e sequer banheiros. O inglês Faraday e o alemão Ohm já estavam bem adiantados com seus trabalhos sobre eletricidade.





A única fazenda com "banheiro", que era um buraco fixo num madeirame e cujos dejetos caíam em um canal de pedra (um luxo para a época!). Chamou a atenção dos visitantes, as argolas, bolas de ferro e demais instrumentos de castigo.Pesados.



Bolas para os escravos "rurais" ou boçais e menores para os filhos destes,os Erês, ou seja, as crianças ainda não batizadas ou "civilizadas" na cultura ocidental.


A riqueza de penicos de porcelana, ouro e cenas galantes  ou jogos de prata e bronze chocante com a umidade, escuridão e com piso de barro, da senzala .. tudo a 50cm de distância, logo abaixo do estrado de madeira dos salões à francesa...

🧭Ecos. Olhos mudos , e vozes cegas...brumas da história.

Mas a refrescante bica do lavador de café é um bálsamo na alma, renova, com suas água refrescantes, que já viram barões cruéis, donzelas suspirantes de amores e escravos atormentados...todos passaram...vozes surdas e vultos da grandeza e da resistência...tudo passou. ..mas as águas, ali, murmurantes, com a ventania que as folhas caem, o silêncio cortado pelo mujido ancestral das vacas... são testemunhas, as únicas , daqueles tempos, que para a geração atual, parecem tão distantes, mas que foi há apenas 170 anos!



 💙Parabéns ipharianos e amigos!
Gratidão a Tatiana, Beth, Júnior e demais empregados.
Gratidão ao casal Henrique e Emanuelle.
Parabéns as pequenas Ester e Agnes!








Senzala

Senzalas

Tronco


 Poço da Tortura:
escravo criminosoo ou que sabia sobre quilombos ou tramas, era colocado em algemas, de cabeça para baixo, e as fezes do córrego caíam sobre ele.



💙Uma experiência sensorial e cognitiva!
Tatiana, comigo e Maria Célia

A proprietária, Sra. Beth Brum.
O NOSSO GRUPO, COMO SEMPRE, ENVOLTO EM ALTERIDADE E ÍONS DE POSITIVIDADE, CONTINUA NA LUTA PATRIMONIAL!




Nenhum comentário:

Postar um comentário

AGRADEÇO PELA CONTRIBUIÇÃO!
AGORA VOCÊ É UM CAIÇARA!