Um estudo em fase inicial do IPHAR em conjunto com fontes documentais e historiadores parceiros, indica que no altar -mor da histórica Igreja de Santa Luzia, em Angra dos Reis-RJ, pode ter elementos êmicos de ancestralidade africana.
🔸 Histórico do imóvel
Nascida da união de um grupo de pescadores no século XVII e da promessa de uma graça alcançada por uma família, serviu de local de culto pela Ordem de São Francisco durante as obras de conclusão do seu Convento São Bernardino de Sena e também de igreja matriz da Mitra diocesana (na época, ligada a capital) enquanto a Igreja de Nsa. Sra. da Imaculada Conceição era erigida.
Sua aparência atual vem do final do século XVIII e a Irmandade de São Benedito migrou sua sede para lá em torno de 1930.
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Reconstituição histórica |
🔸 As características do retábulo
Apresentando nuances do estilo barroco tardio e do rococó, a igreja é pequena mas tem todas as divisões espaciais e partes oficiais das grandes igrejas da época, como arco central (presbitério), coro, púlpito lateral.
O retábulo por sua vez, tem moldagem do rococó , com colunas caneladas, resplendor, dossel etc.
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Altar -mor |
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Detalhe |
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Atualidade |
🔸 O mistério revelado?
Nossa possível descoberta se baseia no dado de que no intervalo entre o século XVIII e fins do XIX temos o uso diversificado do espaço, inclusive com a influência de franciscanos, que em Angra sempre foi teologicamente mais próxima dos excluídos, indigentes e escravos.
Porém, essa lacuna temporal gera dúvidas desse poder libertário de algum movimento de africanidade a ponto de impingir sua marca física num altar .
🔸 A comitiva técnica
Em setembro/24, duas historiadoras, Sra. Lourdes Silveira e Sra Eliete Ângelo, com expertise em diáspora africana, estiveram na igreja a convite do IPHAR, e em antemão, já identificaram figura antropomórfica que lembra uma máscara africana ritualística; ela fica entre o camarim e o dossel, abaixo das sanefas.
Veja aqui a participação delas na Festa Literária de Mambucaba:
Clique e conheça as historiadoras
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Amigas e preservacionistas |
🔸 A provável origem geoétnica
A estilística da máscara está calibrando para o Reino Senufu, da Costa do Marfim. Ali a linguagem artística era e é ligada ao feminino sagrado.
Os escravizados que vieram para o Brasil, dessa região, eram mais letrados e tinham influência islâmica.
Continua o estudo....
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