terça-feira, 28 de novembro de 2017

TRILHEIROS EM FESTA: SERTÃO DA BANQUETA, ANGRA.


 Amizade,magia natural e festa memorável!
Esse poderia  ser o resumo do encontro anual de fim de ano dos membros do grupo Passeios e Aventuras .
 O lugar rural, mas bem próximo  do bairro agitado e populoso Japuhyba, no 2° Distrito de Angra, tem como chamariz as cachoeiras e trilhas antigas dos tropeiros e caiçaras , que se comunicavam com os sertões  e interiores do Vale do Parahyba.
http://sitiotocadobiro.com
Ali havia um caminho que varava a serra e ia até  a extinta (hoje um moderno Parque Arqueológico), São  João  Príncipe , ou São  João  Marcos, próximo  de Mangaratiba.
 A Toca do Biró  é  um empreendimento privado aberto ao público  com invejável  infraestrutura como piscina, restaurante  de cardápio  típico  caipira, sauna, redes para queimar a pestana e artesanato.
Com guia  para caminhadas na Mata Atlântica .
 Fomos eu, Célia , Agnes e Maria Clara, uma amiguinha de Agnes.
Optamos pela galinha a cabidela no almoço  com pirão  de farinha da terra.
Sabores de brasilidade.
 Cipós, bicho-preguiça , cachoeiras , riachos e flora silvestre...tudo rodeado por árvores  tipo cedro (Cedrela fissilis), embauba (Cetropia angustifolia), ipês, etc.




Um "religare" com o cosmos...reenergizante!!!

Cachaças regionais....




As paisagens  bucólicas  são  inesquecíveis.





A flora original, com heliconias e outras espécies  ainda resiste.


Moenda manual para extração  de garapa da cana.




quinta-feira, 23 de novembro de 2017

POR UM RESGATE VERDADEIRO!





Envolver em as novas gerações 
🔴ARTIGO(Meu, 19/10/17)

POR UM RESGATE VERDADEIRO!

1-RESUMO COMPARATIVO

 Um jornalista alemão foi convidado esse ano de 2017 pelos organizadores da Oktoberfest de Blumenau-SC, para relatar e prestigiar a famosa "2° maior festa da cerveja do mundo "...
O que eles não previam, é  que , como bom alemão, ele tinha independência  no raciocínio  e um humor sem graça  (?).
http://p.dw.com/p/2m5qq?wa
Leiam o artigo e entenderão.

2- INTRODUÇÃO

Já  a nossa realidade regional, onde há  40 anos (desde os anos 1970), vários  grupos bem intencionados tentam resgatar a cultura caiçara  original, temos de tomar cuidado com a criação  de uma "caricatura" da realidade.
Ainda que estejamos muito aquém  do "orgulho" que os catarinenses e gaúchos  mostram(ao menos quando estão  fora de seus Estados, migrando), já  vemos localmente vários  aspectos positivos de valorização cultural caiçara, mormente nas cidades litorâneas  paulistas e algumas ações  fluminenses, capitaneadas por estudos acadêmicos  e lideranças  autóctones legítimas.  São  Festas do Divino, da Semana Caiçara, do Fandango, estátuas  em praças, exposições  permanentes...
Porém, um dos aspectos de uma ideologia, é  a tendência  a padronização  e a sonolência  do imaginário " nostálgico".
E isso não é  honesto com a realidade em termo das carências  dos poucos bolsões  legítimos  caiçaras!
Educação secundarista mais acessível, telecomunicações  eficazes, meios de subsistência  tradicionais que sejam respeitados por autoridades"ecologicas", até  mesmo prostituição infantil e tráfico  de entopercentes, fazem parte da estrutura familiar e do cotidiano dos mais longínquos povoados ilhéus...

3-O CASO TARITUBA
Assim, tenho como exemplo a Praia de Tarituba, em Paraty. Originária  de portugueses e indígenas, com parcela de espanhóis  e negros, trata-se de um bairro de Paraty, distante uns 30 Km do Centro, cuja urbanização  pós  BR 101, afetou o modus vivendi de forma definitiva. Nos anos 1990 a Universidade Federal Fluminense deu apoio logístico  e financeiro para gravação  de um CD e edição  de um livro.
Embora o prefeito atual Case, tenha devolvido a sede do Grupo Folclórico, anteriormente embargada, juntamente com o campo de futebol por uma pseudo detentora histórica  de um espólio...o mesmo grupo tem sérias  dificuldades em forjar um grupo coeso, para divulgar -se nos moldes dos mass media globalistas e portanto , sobreviver de forma autônoma  , mantendo financeiramente seu corpo de dançarinos  e tocadores.
                          
3,1-A QUESTÃO  DA SUBSISTÊNCIA
Dos integrantes, 90% tem ocupações  indiretas com a pesca e turismo. O que os faz se ausentar nos ensaios e o grupo não  possui uma agenda fixa de apresentações  remuneradas via taxa hoteleira, na sua localidade, como em outros municípios  turísticos, onde o Poder Público  por legislações  e o meio privado , por agências  e hospedagens, leva os turistas para assistir, mediante subsídio embutido nas diárias, com previsão  fixa de apresentações  artísticas dos grupos,  no calendário da municipalidade.

3,2- MARCADORES ANTROPOLÓGICOS INTERNOS
Assim, fora os aspectos de conflitos no âmbito  psicosocial e as disputas territoriais interfamiliares  do simbólico, que os desagrega, o Grupo Folclórico  de Tarituba, acaba privilegiando apresentações  para universidades e eventos mais requintados, se transformando  uma visão entre os vários cirandeiros paratienses, como o Coroas Cirandeiros, Irmãos  Cirandeiros, etc...em um grupo paralelo e isolado das origens populares e coletivas. Esse conflito ideológico  de "elitização" causa há  uns anos, conflitos até  intrafamiliares, onde os irmãos  Bulhões/Lara tem diferenças  interpretativas da forma de contato e lida com o público  e a organização  interna.
Essas dissensões geo-cosmogonicas são  bem acentuadas na relação  do espaço-origem, na hierarquia social  , ainda que insigne, do catolicismo local. Com diferenciações  de certa forma aceitas como uma espécie de pacto social informal de "pureza e origem", entre os moradores da margem de baixo e de cima da BR 101. Lembrando as relações  tribais trazidas da África  e que permaneciam nas senzalas...

3,3- VESTUÁRIO; NÃO  FIGURINO!
Um dos fenômenos  abordados pelo cronista alemão, é o tradicional bermudão alpino-bávaro, usado aqui nos trópicos  sulistas. Ele diz que trata-se de uma vestimenta específica  regional, que não  se coaduna  com uma "nacionalidade" teutônica  generalizada.
É  como um brasileiro visitar uma colônia de conterrâneos  em Berlim e lá  só  tocar samba, servir feijoada e mulatas dançarem  seminuas com penas e paetês  e isso ser exibido como "a" cultura brasileira  e não  "uma" das culturas do povo do Brasil.
No caso em tela, descrevemos as roupas usadas pelos caiçaras  numa postagem do blog, mas afirmando a ligação  de cada descritivo da peça  têxtil  -feminino e masculino- com o cotidiano:
http://causasecausosangradosreis.blogspot.com.br/2017/03/vestimentas-do-povo-caicara-mulheres.html?m=1

Temos de atentar para que o folclore não  se desligue do chão ancestral  e do tênue fio entre  tradições e sazonalidade inventiva artificializante.
Caiçaras sim, mas não  fantasiados.

4-CONSIDERAÇÕES  FINAIS
O GFT só  se apresenta uma vez ao ano, durante a Festa da Santa Cruz, desvinculando- se cada vez mais de suas raízes  cotidianas, comunitárias  e da roça.
Resgatar sim, mas sem idealizações!

sábado, 18 de novembro de 2017

IPHAR, HISTÓRIA COM TURISMO:AS MARAVILHAS DA ANGRA DESCONHECIDA!

Os sertões  de Ariró , Jurumirim-Serra Dágua , Caputera, Mambucaba-Caminhi do Ouro, Bracuhy e outroas regiões  rurais abgrenses , por terem sido perta de diversos ciclos econômicos na ttemporalidade regional, como a cachaça, o ouro, pau- brasil, café  e ter sido palco de guerras e sobreposições  civilizatórias, ainda guarda grandes sinais de arquitetura demarcatória de modus vivendi e influências  multiétnicas.  
Angra dos Reis tem um mar espetacular e ilhas tropicais verdejantes?Sim.

Sítios  arqueológicos  serão  valorizados

O acolhimento é  marcante!
Uma biota rica, com flores e fauna típicos  e unicos?Sim, é  uma biodiversidade de rara endemia.
Preparação estratégica  é  fundamental.

Presidente do IPHAR 
Mas seu manancial ecodiverso e multiculturalidade se faz muito mais nas comunidades tradicionais do continente, em seus sertões  e caminhos coloniais...emersos nas florestas e ao redor de cachoeiras...
Paisagens antigas nas rotas coloniais.  


Antigas fazendas de plantation

ILHA GIPÓIA, RESTOS DE ANCESTRALIDADE!

A Ilha da Gipóia é  a segunda maior da Baía  da Ilha  Grande. Seu nome deriva de Y'bói,do Tupi, "cobra do arco iris". Diz-se que por causa do seu relevo com mini  enseadas e praias escondidas.
Ali nasceu a civilização  colonial angrense desde 1560.
Com trilhas históricas  com mais de mil anos, pois eram usadas tanto por indígenas  quanto por praieiros originais,  mais recentemente , ainda guarda traços  da cultura  caiçara , que resiste  a atentados que vão  desde a parte ecogeográficas , como muros e aterros em costões  naturais, cercas fechando caminhos abtigos, derrubada de floresta, lixo e represamento sem outorga estatal, de nascentes...até  a mudanças artificiais de nomes tradicionais de praias...como a linda Jurubaiba, que veranistas insistem em chamar de "dentista". Mexendo assim até  com o imaginário  simbólico dos povos locais...
Porém , praias de riqueza paisagística , a tranquilidade e a temperatura de 20°C (média) de suas águas , além  da culinária  regional, fazem o lugar  ter um gostinho  de caiçariedade.

Cunhambebe, morubixaba
liderança  dos Tupinambás  (Tamuya)



Rastros sa fauna local







Um exemplo foi o grupo de amigos que estiveram na trilha Praia  da Piedade x Jurubaiba, em 15/11/17. Com crianças , idosos e jovens, fomos nos deliciar nas águas  de cor anil e nuances de azul turquesa de Jurubaiba...passando pela Juruba e Praia das Flechas.
Num final de tarde de delícias , sorrisos e amizade...
Espírito esse que é  o comum para aqueles habitantes .