segunda-feira, 24 de maio de 2021

EXPEDIÇÃO ARASSA TYBA: REDESCOBRINDO O RITMO NATURAL

A Expedição Arassa Tyba inicialmente foi planejada com intuito de conhecermos objetivamente a Gruta do Acaiá e a Lagoa Verde, como base de apoio e logística a Praia Grande de Araçatiba, na Ilha Grande, Angra dos Reis-RJ.

Araçatiba vem do léxico Tupi:

Arassa: é  uma fruta vermelha de nome Psidium Cattleianum + Tyba: que quer dizer lugar, localidade.


🦀A PRÉ EXPEDIÇÃO

Recebendo o amigo e colega de trabalho offshore já acaiçarado , Rodrigo Pereira, iniciamos na quinta feira, 20/05, visitando durante a manhã o Mercado do Peixe, a Casa de Cultura e a Casa do Artesão e a noite, com a missa na bela igreja em estilo rococó tardio, Igreja Matriz Nsa. Sra. da Imaculada Conceição, centro de Angra, onde ele pode conhecer a Folia do Divino, tradição musical e festiva da Festa de Pentecostes da região, além de admirar a bela ornamentação do templo.




Mercado Municipal

🦀O 1° DIA: IMERGINDO NO UNIVERSO CAIÇARA E O PÔR DO SOL.

Já na sexta-feira, nosso 1 ° dia, embarcamos no Cais dos Pescadores, num barco típico caiçara chamado Rei da Costa, de construção artesanal dos estaleiros locais, que faz o transporte dos nativos da Ilha Grande.






E terminamos com um belo pôr do Sol , já com check in na Pousada Recanto da Ilha...um calmo ,  lírico e cálido fim de tarde , com um mergulho. Jantamos no restaurante da Edília do Carlinhos, um bom e simples peixe Peruá (Balistes capriscus) frito.





Capela de Nsa. Sra.Lapa, início séc.XX


A porta dourada do Céu






🦀2° DIA: A TRILHA HISTÓRICA E A NOITE DOS CAUSOS

Amanhece o segundo dia e após o desjejum, iniciamos a trilha T6, Araçatiba x Lagoa Verde ( que na verdade o nome original é Boqueirão). 

Uma trilha extraordinariamente limpa, larga e bem cuidada (prefeitura de Angra/moradores), inclusive varrida.

Há uma pedra marcada com a direção da Lagoa Verde com letras em vermelho escrito "Lagoa Verde esquerda" (-23.143386,-44.318335) no bambuzal, onde tem uma bifurcação que vai para a praia da Longa, se subir a direita.


Há um mirante, já no alto, com vista entre as árvores,  para a Praia da Cachoeira.

Mas mantendo a natureza selvagem, com cantos de pássaros, árvores centenárias e córregos refrescantes, além de atrativos históricos e arquitetônicos, como casas típicas com telhados em quatro águas e cumeeiras centrais com ornatos em forma de trio de globos , quase lembrando os pináculos muçulmanos, provavelmente do início do século XX... 





Também descobrimos um paredão de construção antiga, de grandes peças de pedras semi lavradas entrelaçadas por menores nos vãos, comum no século XIX. 


Na alvenaria de pedra seca, é dispensada a argamassa. As paredes têm grande espessura (0,60 a 1,00 m) e são assentadas com a ajuda de formas de madeira. Esta técnica é mais utilizada para muros exteriores. As pedras de mão, maiores, contornadas por pedras menores recebe o nome de cangicado. (https://coisasdaarquitetura.wordpress.com/2010/09/06/tecnicas-construtivas-do-periodo-colonial-i/cangicado/)

Já na pequena praia da Lagoa Verde, que na verdade é uma enseada de intersecção entre a parte noroeste da Ilha Grande e o Ilhote da Longa, avistamos os sargentos (Abudefduf saxatilis) entre outros que, já adaptados ao movimento humano, te cercam em cardumes para um petisco (indevido, claro...).







Minha suspeita sobre as poucas variedades de peixe presentes é que o impacto antrópico certamente extinguiu ou expulsou espécies mais sensíveis, dada a riqueza biológica da região que seria um grande nascedouro .

O colorido das águas que vai do verde ao azul quase neon é o espetáculo do local.




Terminamos a noite , já em Araçatiba, jantando no restaurante Bambuzal, contando causos e estórias...perto da figueira velha da praia...


🦀UM "ATÉ BREVE"...

3° dia...nesse domingo , amanheceu nublado; não fomos a gruta do Acaiá por segurança e nos despedimos agradecidos , com novos amigos e novas sinapses neurais, cheias de brilho como as estrelas do céu de Araçatiba.











domingo, 23 de maio de 2021

🖤 NOTA DE PESAR: FALECE JULINHO PARATY, O TECELÃO DA CULTURA CAIÇARA

Nossa querida Paraty sofre mais uma perda.

O Presidente do IPHAR vem junto a amigos e membros, lamentar o falecimento do artista Júlio Cézar de Jesus Freire, o Julinho Paraty, ocorrida neste sábado.

Trata -se do eterno artista de pintura, naif e tecelania, onde retratou as maravilhosas festas caiçaras, quilombolas e religiosas paratienses, tanto em quadros/telas quanto em painéis de tecido ricamente costurados.



Que o sentimento de gratidão seja sempre nossa memória deste amigo da cultura regional!








Angra dos Reis-RJ

23 de maio de 2021