sábado, 22 de dezembro de 2018

COMUNIDADES CAIÇARAS CONQUISTAM TERMO DE AUTORIZAÇÃO DE USO SUSTENTÁVEL


1°🦀🚣
O TERMO "COMUNIDADE"
Acostumou-se usar a palavra "comunidade" na imprensa, para designar os aglomerados subnormais (IBGE), ou seja, as favelas. Porém, segundo os dicionários, comunidade seria "o que é  comum, comuna, local geográfico onde os atores atuam de forma coletiva". As favelas, ainda que possuam ações sociais comunitárias , são firmadas por populações  individualizadas,com núcleos  familiares e unidades prediais unitárias, com trabalhadores que vivem seus ritmos e afazeres independentes e sem auxílio mútuo, dentro da normalidade  de um estilo de vida capitalista.

Ditinho, mestre canoeirode Paraty
(imagem: paraty.com.br)




2°🦀🚣
AS COMUNIDADES TRADICIONAIS.
Os núcleos  de pescadores, artesãos, agricultores, armadores e pequenos comerciantes, que pululam há  séculos  no litoral desde a Ilha do Governardor até  Santa Catarina, denominados de "Comunidades Tradicionais Caiçaras", são  remanescentes não só de um fluxo imigracional da  leva européia mormente degredada ou desertora das esquadras navegantes, ou de negros fugidios ou indígenas  Tupis...mas sua história tem raízes  antropológicas pré históricas de 5 a até  8 mil anos (https://revistas.ufpr.br/abequa/article/view/47040/34668).
Ainda que atualmente a maioria dessas povoações  da etnia caiçara  estejam bastante desfiguradas tanto por migrações  interregionais por questões  econômicas, quanto pela depredação  cultural, ainda assim esses núcleos  dentro de bairros, são  comunidades, com linguajares, trocas culinárias  e de costumes e intercâmbio  familiar.

3°🦀🚣 
A CONQUISTA:
TERMO DE AUTORIZAÇÃO DE USO SUSTENTÁVEL
As comunidades de moradores antigos  da região de Castelhanos, no município  de Ilhabela-SP, conseguiram finalmente a expedição  do documento pelo Governo Federal, do Termo de Uso Sustentável, que garante o exercício da  pesca com técnicas  artesanais, roças  de subsistência  e até  extração  controlada , eventual e individual de árvore  para confecção  de artesanato ou canoa.
Quase 300 caiçaras beneficiados!
Trata -se das Comunidades da região de Castelhanos, em Ilhabela-SP:
tais como dacompreende as praias da Figueira, Vermelha, Ribeirão, Saco do Sombrio, Mansa e Canto da Lagoa, e das Ilhas de Vitória, Búzios e Pescadores, em Ilhabela, tiveram reconhecido o seu direito à moradia e ao manejo dos recursos naturais da orla marítima por meio de um instrumento jurídico concedido pela Secretaria de Patrimônio da União (SPU) do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, o Termo de Autorização de Uso Sustentável Coletivo (TAUs), em novembro de 2015 e mais recentemente em 2018. São títulos concedidos em área de domínio da União à uma coletividade e que por isso são intransferíveis e inalienáveis, ou seja, os moradores locais não podem vender o terreno, mas têm garantido a segurança da posse tradicional e o direito de permanecer no local de forma regular, garantindo o direito de futuras gerações. A União continua detentora do domínio da área e é a responsável pela fiscalização de seu uso. 
Região  da Praia dos Castelhanos,
Ilhabela-SP.
Desde os anos 1970, com a abertura de picadas à  caminhão  e tratores na Mata Atlântica para a construção  da rodovia federal BR 101, que os povos litorâneos  vem sifrendo com a expulsão  mediante ameaças  de gente armada, fraudes documentais em cartórios  corruptos para tomada de suas ancestrais terras ou venda compulsória  a preços  irrisórios  mediante enganação  sobre vantagens ilusórias  de morar na cidade (leia-se periferias e favelas).

Mais um vitória para esses descendentes dos pioneiros!

quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

A CAPELA DA LENDA: UMA PEÇA DIDÁTICA

A CAPELA DA LENDA

Uma peça  artística  com ares de profunda ancestralidade. Essa é  a melhor descrição  dessa manufatura artesanal construída  por mim em 2017 e atualizada em 2018.
Dentro de um ambiente barroco, tem todos os elementos do período: cores simples de visual plástico básico, dentro da perspectiva dos pintores brasileiros que tinham apenas seivas vegetais, resíduos  orgânicos animais e pós  minerais para confeccionar suas tintas.
Também possui a simbologia do século  XVII/XVIII, inclusive o resplendor "IHS", jesuítico. 
Uma peça  mais didática  do que museológica !

🌐DESCRIÇÃO:

🏛1- Dístico da Companhia de Jesus, com resplendor dourado, que tem sigla "Iesu Hominum Salvatore".
🏛2- Esmeraldas, pedras preciosas comuns na região  aurífera  de Minas e presente(segundo os aventureiros Staden e outros, entre os Tupinambas).
🏛3- Uvas e parreiras, elemento decorativo presente nas talhas tanto das igrejas quanto nas fazendas. Remete a Ceia.
🏛4- Vasos indígenas representam as mais de 100 nações, costumes e línguas  do Brasil; influências natas  e explícitas em nossa cultura contemporânea!
🏛5- Cultura caiçara: Homenagem aos angrenses originais e ainda resistentes. Representada por organismos reais e naturais coletados em Mambucaba e Ilha Grande, naturalmente nos montículos  de quebramar.
🏛6- Escama estilizada: Símbolo  bastante rico antropologicante; lembra os rios piscosos e figuras mitológicas  das navegações. Padrão  barroco.
🏛7- A nossa relíquia  da cultura do povo caiçara: A Virgem da Cavala.

🦀🌟🎄🐟APENAS UMA MANHÃ EM ANGRA DOS REIS-RJ, BRASIL...🎄🦀🏛🌟

🦀🌟🎄🐟APENAS UMA MANHà EM ANGRA DOS REIS-RJ, BRASIL...🎄🦀🏛🌟

ATRATIVOS, MAGIA E CIDADE- PRESÉPIO. 

Fomos ao Centro resolver assuntos corriqueiros...e a beleza, o ritmo próprio  da cidade, o encontro com amigos como a Cristina Savvas Galindo, Graciela Arias, o Batuira do Morro do Carmo, a feirinha de orquídeas, as antiguidades lindas vendidas nos boxes do Mercado do Peixe, uma visita rápida  na rica e barroca Igreja Matriz fantasiada para a festa da Imaculada Conce (p)ição, com destaque para o estardarte com a pintura da Virgem e a caravela que segundo a bela lenda, a trouxe, são  experiências boas entrincadas claro, com a feiura dos prédios favelizados e "libanesiados",   comércios  fechados e semblantes tristes...










Casarões ainda salpicam e resistem aqui , acolá. 




Num município  dedicado aos santos Reis Magos, a frieza ornamental...sem qualquer enfeite de Natal, não  condiz com suas belas praças  e algum casario antigo, o que de relance, as vezes, vultos e espectros de uma CIDADE- PRESÉPIO , como o belo conjunto arquitetônico  do largo do Convento do Carmo...aliás, com recentes ataques e modificações criminosas, num imóvel  de esquina.

Um telhado colonial aqui, uma cantaria de pedra na esquina acolá, uma estátua  no jardim público  mal cuidado por ali....e vamos fingindo  acreditar que Angra  e sua cultura tem jeito, num ambiente de apatia geral e oportunismo possessivo de uns poucos.

ROM-Reunião Ordinária Mensal de Dezembro: Comemorando vitórias!

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REUNIÃO  ORDINÁRIA  MENSAL DO IPHAR: CELEBRANDO A VITÓRIA!
Hoje foi a última  Reunião  do ano . Iniciamos traçando  as metas institucionais e uma breve avaliação  entre avanços  e revezes, o que, dada a maravilha das vitórias, foi de consenso que foi positivo. Houve purgações durante o ano.
As folhas secas caíram  mas dando lugar e energia para novos brotos!
É  a PRIMAVERA CAIÇARA.
Tomamos decisões importantes e agendamentos.
Já  nos Estudos profundos, analisamos o ambiente barroco de Mambucaba, a influência  proto cristã  na arte sacra de N. Sra. do Rosário  e simbologia com o tropeirismo e as navegações como pano  de fundo. Informações inéditas.











Já  o segundo Estudo mergulhamos nos símbolos- padrão  dos altares barrocos e do Rococó, sua confluência  estilística com o jesuitismo regional e o estudo de caso foi o altar mor e sua talha do Convento São  Bernardino de Sena, em Angra.

Terminamos com o toque do M'raka, invocando nossa ancestralidade.

GRATIDÃO  A TODOS QUE ESTIVERAM CONOSCO.
ESPERANÇA  DE NOVOS AMIGOS EM 2019!

domingo, 18 de novembro de 2018

UM SÁBADO TÍPICO NO MERCADO DO PEIXE ("MERCADO REDONDO")...A ANGRA DOS REIS , VERDADEIRA E CAIÇARA!! 🌿🐟🌽🍌

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UM SÁBADO  TÍPICO  NO MERCADO DO PEIXE ("MERCADO REDONDO")...A ANGRA DOS REIS , VERDADEIRA E CAIÇARA!!
🌿🐟🌽🍌
Uma tradição  angrense é  comprar peixe/frutos do mar no Mercado do Peixe; também  adquirir frutas orgânicas, galinha da roça, temperos...embora eu e dona Célia fazemos isso quase diariamente.
Hoje especialmente estava tudo amuito animado, pois é  feriadão e a Casa Larangeiras (espaço  cultural público), estava com evento afrobrasileiro com jongo e capoeira.














Sr.Oseas, caiçara purinho, estava lá, com suas miniaturas de canoa, siris e formas helicoidais, feitas artesanalmente de cabos de vassoura recicladas!
Conversando com os vendedores e pescadores eles explicam a riqueza biológica: Xerelete, Vermelho (Lutjanuspurpureus)Carapau,Robalo,Garoupa,CamarãoRosa,Polvo, Caranha((Lutjanusgriseus), Garoupa São  Tomé(Epinephelusmarginatus),Bicuda,Corvina, Cação...
Uma manhã  com a fisionomia cultural e o coração  pulsante da cidade!

segunda-feira, 12 de novembro de 2018

PASSEIO EM PARATY E PARATY MIRIM: COM COMIDA DE QUILOMBO, ALDEIA M'BYA GUARANI ,CONVERSA COM CIRANDEIRO SR.VERINO E IGREJA HISTÓRICA DO SÉCULO XVIII

PASSEIO EM PARATY E PARATY MIRIM: COM COMIDA DE QUILOMBO, ALDEIA M'BYA GUARANI ,CONVERSA COM  CIRANDEIRO SR.VERINO E IGREJA HISTÓRICA  DO SÉCULO  XVIII.

Hoje fomos na Folia Gastronômica  em Paraty, onde degustamos o "peixe a moda quilombola" e farofa de camarão(Xiphopenaeus kroyeri)  com banana da terra, com negros do Quilombo do Campinho, com banho de praia onde fizeram uma "hidromassagem" na areia, além  de visita a bela e oitocentista Capela de N.Sra.da Imaculada Conceição  (1746),  Mangue-vermelho (Rhizophora mangle), também conhecido como sapateiro, é uma espécie típica de manguezal; fomos  visitar a aldeia M'Bya Guarani, onde conhecemos e trocamos conhecimentos e vocabulário  com a linda e simpática  Á'ra e sua pequena P'ára e para terminar um encontro fortuito , no banquinho em frente a sua casa, cheio da alegria dos "causos" do Sr.Verino e sua esposa,  cirandeiro antigo de Paraty.

































💖Uma experiência  real e direta com o nosso patrimônio  histórico-cultural que essas mocinhas nunca esquecerão! E mais informações  antropológicas  para o IPHAR!

🎗📸Farto material para estudos futuros sociológicos  sobre os núcleos  e relações  entre caiçaras , matriz indígena  e quilombola.