sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

🐟🧺⛵👒 EXPEDIÇÃO UBATUBA, RAÍZES CAIÇARAS 3:🧡Museu Histórico de Ubatuba e a guia Claudinha


🧡Museu Histórico de Ubatuba e a guia Claudinha

Para encerrar o sábado, fomos ao Museu de Ubatuba, na antiga Cadeia. Dentro da perspectiva de uso de prédios simbólicos do status qui, o acervo está instalado em algumas salas, que ainda preservam inclusive as grades das celas...

Foi uma visita apaixonante, porque a contadora de histórias Claudinha (permita-nos chama-la assim), nos abre um portal extra temporal, e nos leva numa viagem desde 7 mil anos com os povos Sambaquis até a atualidade.











Na verdade ela é uma performer: faz personagens reais do século XIX e XX, inclusive, porque assume sua contemporaneidade com alguns dos heróis, lideranças e atores sociais e culturais de sua convivência...e mesmo os não convivido, ela introjeta fatos e constrói uma narrativa.

O museu precisa urgente de reformas, principalmente o telhado, que está jorrando água aí chover e inunda parte de uma ala...prejudicando as visitas e o pior, afetando as peças expostas.





Mas a riqueza material é grande. Tem peças históricas desde a Idade da Pedra, passando por Titilho  Matarazzo até meados dia anos 1970.

Uma noite memorável!

🧺🧺🧺 CESTARIA AJAKA: OBJETO DE CURA E ARTE GUARANI

🧺🧺🧺🧺
Na região entre Angra dos Reis-RJ e litoral paulista existem vários Tekoas, ou seja, aldeias indígenas da etnia Guarani M'bya.

Uma das expressões culturais desse belo povo, são os cestos denominados A'jaka.



Carregam uma simbologia ritualística muito forte, pois são os receptáculos que irão carregar o alimento sagrado para pessoas doentes se curarem, ou presentear parentes, etc.

Dentro da perspectiva de sua antropofilia,  estes objetos tem nós grafismos os votos de bons augúrios.

💠Hoje conheceremos o padrão "Nhaka nina", ou seja, cobra caninana.

Obs:imagens sob o certificado PUC RIO 0310203CA, de livre acesso na rede web.

LAVABO DA SACRISTIA DO CONVENTO SÃO BERNARDINO DE SENA.


⚜️ Período: século XVIII; 1763. Doado por Dom José I, rei português.
⚜️Autoria e origem: autor artístico desconhecido. Origem portuguesa.
⚜️Estilo e técnica: Barroco; moldura em cantaria. Chumbado na parede por encaixe. Há reforço moderno do século XX.
⚜️Material: mármore de Lioz.
⚜️Obs: não é pia batismal; é um erro histórico. As pias batismais não tinham água corrente(como atestam nesse caso, as torneiras).


 🔴 Já apresenta marcas de perda de material rochoso...
Jaz sofrendo no tempo, na chuva , ventos , sol e principalmente a poluição via chuvas ácidas desde que no fim do século XIX o telhado ruiu. 
De forma ridícula, o IPHAN e a Prefeitura não cobrem a peça por questões meramente de desprezo ao passado e burocracia lendária("não pode mexer; não pode modificar o entorno"). Um pequeno telhado moderno, de acrílico transparente, além de destacar a antiguidade do objeto, por contraste, também protegeria das intempéries

REFLEXÃO: Crise sazonal ou fenômeno de extinção cultural??

Neste domingo (16/02/20), visitando Paraty costumeiramente há décadas, me deparei com duas imagens simbólicas, da realidade, que me tocaram profundamente:
🦀1-O mestre cirandeiro Sr. Verino, tocando sua caixa caiçara (espécie de tambor ) e seu companheiro, dedilhando  um adufe, mas a cantoria gravada, via aparelho de som , de um dos cds gravado pelo mestre. Sentados na calçada de pedras coloniais...e uma latinha para doações.
E a população às centenas passando ali?Ignorando-os.

  🦀2- A loja de artesanato paratiense e típico, mais tradicional da região, especializada nos barquinhos, escunas, traineiras, saveiros, cruvinheiras, etc em miniaturas...vendendo também, junto, camisetas populares...tipo padrão-turista .Nunca tinha visto isso!
Segundo mestre Gavião, Sr. Mauro:
"Ninguém quer saber de artesanato, aí tenho de me virar. Artesanato não está mais como antes".

 ⛵O mais contraditório, é ver uma exposição brasileiríssima e bela na Casa da Cultura...falando e expondo o que:as festas caiçaras , instrumentos típicos...



👒Sem sua ciranda caiçara(única no mundo!), sem seus mestres cantadores das xibas e cateretês, sem seu símbolo maior, os barquinhos de caixeta...o que está se transformando Paraty?
Numa prostituta comercial , que fala da ciranda,mas ignora seus agentes culturais de raiz?Que tipo de turismo é esse que quer fotografar os casarões, as ilhas, mas ignora seus artesãos, cirandeiros, quilombolas e indígenas, invisibilizando seus construtores vivos do dia a dia comum?
Conheço centenas de teses acadêmicas, filmes, documentários, monografias de mestrado, etc sobre a cultura litorânea, caiçara, música praieira dos paratienses...mas qual resultado real para nós ,caiçaras?Somos ouvidos como protagonistas?

Carlos Eduardo da Silva
Prof. Lic .

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

🌐🌐ROM-FEV🌐🌐 REUNIÃO ORDINÁRIA MENSAL

🌐🌐ROM-FEV🌐🌐
Hoje foi nossa Reunião do mês.
A primeira do ano.

Transcorreu como de costume: alegre, tranquila e cultural, em nossa sede na Praia da Ribeira, Angra. Essa ROM foi para quitar a trimestral idade Dez-Jan-Fev..



Tivemos a festa presença de uma visitante, que, quem sabe, será mais um elo nessa corrente de erudição, resgate cultural e amizade produtiva.

Passamos às notícias, depois aos andamentos dos Departamentos e o Intervalo.




Fomos aos Causos e Testemunhos, onde lemos do livro clássico sobre a luta dos povos caiçaras,  Genocídio dos  Caiçaras, o caso "da Pranteada Senhora", caso verídico que ocorreu na região entre Praia da Guariba e Praia do Sítio, próximo ao bairro Frade, em Angra, nós anos 1980, onde narra que uma advogada carioca, fingindo querer auxiliar os caiçaras, na verdade queria dar o golpe e tomar suas terras ancestrais...algum paralelo com a realidade atual, inclusive envolvendo juiz, grileiros e até falsos espólios com fraudes de cartórios?


Passamos ao Estudo: A volumetria do casarão de Mambucaba.
No estudo, conhecemos a suntuosidade daquele patrimônio edificado, sua arquitetura e importância para a região; infelizmente abandonado.

Encerramos com um clima de congraçamento e gratidão por uma tarde tão agradável.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

🔴URGENTE 🔴 ÁREAS DE RISCO EM ANGRA DOS REIS INCLUEM ATÉ COMUNIDADES CAIÇARAS.


Não é novidade!

 Em levantamento do Governo Federal , via Serviço Geológico do Brasil, em 2011/2012, em 6 grandes regiões do país, sob risco, em cidades-piloto, constatou que milhares de moradores de bairros angrenses estão sob iminente risco de acidente natural, o que poderá causar imprevisivelmente mortes, feridos,prejuízos em destruição de bens e serviços públicos e privados e extinção de mananciais de água.

Dentre esses bairros, engana-se quem acha que devido a improvisação das moradias, são somente os habitantes das escarpas da Mata Atlântica que correm perigo, são inclusos condomínios com edificações de luxo, marinas com iates e comércio náutico. Áreas essas, com forte especulação imobiliária e presença de artistas e empresários famosos.
No Plano Plurianual (PPA), dentre os quatro eixos de ações estabelecidos no PNGRRDN - mapeamento, previsão, resposta e monitoramento, a CPRM recebeu a missão de realizar o mapeamento de áreas de risco geológico em 821 municípios prioritários, no período de 2011 a 2014.
Na ocasião, a seleção desses municípios foi elaborada por técnicos do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão - MPOG, do Ministério da Integração Nacional - MI e da Casa Civil do Governo Federal, tendo como base os registros do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres - CENAD do MI referentes aos decretos de calamidade pública, situação de emergência e ocorrência de perdas de vidas humanas decorrentes de desastres naturais..

Também bairros pouco povoados na época, e hoje lotadas, em praias e ilhas, incluindo também comunidades tradicionais caiçaras na Ilha Grande.


A Prefeitura, na prática inerte, não fiscaliza nem 1% do território (equipe de fiscais diminuta e mesmo assim, pouco operacional) e não toma ações enérgicas como demolição e/ou transferência de moradores para conjuntos habitacionais oficiais e seguros.

Todos estão sujeitos a grandes avalanches de enormes pedras , barro e árvores.


⚠️No caso acima: Praia Grande de Araçatiba e também a populosa Praia e Vila do Abraão e a Praia de Bananal todas na Ilha Grande.

Cadê as medidas de prevenção, como remoção de populações e obras de macro drenagem??Nada!!

Situação é crítica.

Obs:Imagens de livre acesso da internet.