sábado, 2 de agosto de 2025

.IPHAR ENTRA PARA A CÂMARA TEMÁTICA DA APAMan , FAZ VISITA TÉCNICA AS RUINAS E COMPÕE GRUPO DE FORMAÇÃO PARA CRIAÇÃO DO GEOPARQUE COSTA VERDE.:VISITA A SÍTIO HISTÓRICO DO PARQUE CUNHAMBEBE RESULTA EM RECONSTITUIÇÃO PELO IPHAR*


1- Reunião do Conselho

No dia 28/06  o Pres.Eduardo e o arquiteto colaborador do IPHAR, Gil Fonseca estiveram na reunião da Câmara Temática sobre a APAMan (Área de Proteção Ambiental de Mangaratiba), dentro da sede do Parque Estadual Cunhambebe (PEC), nossa querida Unidade de Conservação estadual que abrange Angra, Rio Claro, Mangaratiba e Itaguaí.



O convite foi feito pela excelentíssima professora Sandra, grande incentivadora do Conselho daquela unidade.

Como expertise no assunto patrimonial, também estamos entrando como membros da comissão de formação do futuro Geoparque Costa Verde, iniciativa rica em conhecimento científico, turístico e em prol da população regional, fomentando geração de renda.


2-Visita técnica e reconstituição 

Após nossa visita a sede do PEC para a reunião do Conselho daquela Unidade de Conservação e como sequência a ida a Trilha Curumim, o presidente do Instituto, o historiador,  Prof.Lic. Carlos Eduardo junto com arquiteto Gil já supracitado, acompanhados de duas guardas-parques e o guia de turismo Edson, nosso Instituto, dentro da sua expertise de 30 anos, finalmente vem a público apresentar o resultado da análise arquitetônica, do fluxo antropológico e de outros fatores atinentes: lhes apresento a reconstituição provável (ainda preliminar) do casarão do sítio arqueo-histórico  Curumim.


3-Relatório Historiográfico

Após as medições da área edificada e do entorno  (a terraça e seu muro de arrimo), iniciamos a análise arquitetônica e o fluxo antropológico .


3.1- Descritivo 

O conjunto arquitetônico do casario em planta em losango e de ruínas de um cômodo externo, com apenas as fundações deste,  somado ao extenso pátio artificial com amarração por mureta de aproximadamente 0,80 cm de altura e em torno de 100m de comprimento linear, formam um perímetro de 2600 m .

O imóvel apresenta uma escada em L frontal e é dividido em dois andares , até onde conseguimos vislumbrar pela altura das colunas . Possui andar térreo ou porão (mas a configuração do pé direito não indica senzala ) e um andar superior.



Ao centro da edificação, como divisionando a contrução em duas, que por sinal tem dois níveis, que denominaremos nível 1 (abaixo) e nível 2 (acima), há uma espécie de rampa que ligaria o térreo ao primeiro andar e 1° nível do terreno. Tal rampa mede 2,5-3m. Essa estrutura de acessibilidade, seria indício de volumosa movimentação de carga ou contingente humano.



O método construtivo das paredes e a posição dos seus elementos de sustentação, denotam pouco apuro estilístico, sem uso padronizado do modelo  canjicado e constituintes de simples pedra de mão. No muramento lateral, em ambos os lados, no térreo da partição do nível 1, há vãos provavelmente  para ventilação ou vigia, no formato de óculo e outro no formato de seteiras . A função de um ou outro está em análise comparativa.

Digno de nota é que em nossas pesquisas dentro do escopo da Expedição Lauburu 1 e 2 , registramos o tipo seteira. Conforme pode acessar no link Acesse e conheça a Expedição Lauburu 1

Visão da escada

Reconstituição prévia

Identificação da planta

Versão sem os vãos da frente.
Liberalidade artística.

O frontão , tem dois vãos grandes, um de cada lado da escada, com aproximadamente 3m de largura cada  e ainda uma rústica peça de granito lavrado , no vão da esquerda, se assemelhando a conversadeira ou talvez seja elemento de verga superior desabada.

A escada tem 10 degraus (identificáveis) em pedra lavrada , com 15-20 cm de altura e 1,20-1,50 de comprimento. Possui guarda-corpo cego em pedra .


3.2- Do uso

Coletadas as informações de metria volumétrica, identificadas as metodologias construtivas e os elementos constitutivos , e aplicadas as teorias de movimentação orgânica , é de nossa tese se tratar de uma estrutura comercial de entreposto, sendo parte de uma rede colaborativa regional , com divisões de serviço, tendo em vista o Vale do Sahy e a parte insular, possuírem funcionalidades de estoque , tratamento e dispersão do produto antrópico , ou seja , de mercadoria africana. 

Logo, coadunamos internamente no Instituto com o argumento de uma praça de leilão e revenda.

É nosso parecer prévio. 


Carlos Eduardo da Silva

Prof.Lic.

Angra dos Reis, 02/08/25