domingo, 22 de maio de 2016

CANHÕES DO SILÊNCIO: ABANDONO E DESPREZO DE PEÇAS HISTÓRICAS DE ARTILHARIA E DA CULTURA ANGRENSE

ABANDONO DOS CANHÕES DO FORTE DE GUERRA SÃO JOSÉ, DO MORRO DA FORTALEZA

Os canhões pertenciam ao atual Morro da Fortaleza,  hoje um aglomerado de casas sobrepostas, muros  e becos mal organizados, mas que no século XIX era um ponto estratégico de defesa do centro antigo de Angra, estão abandonados e pichados por jovens imaturos e sem noção do valor histórico e cultural dessas baterias de guerra.

Estão ignorados pelos milhares de passantes que diariamente polulam pelas calçadas e ruas da região.

Construído no governo Vice-rei D. José Luís de Castro – o 2° Conde da Ponte - (1790-1801). Em 1797, já estava pronto e armado com 3 canhões de 12 e 4 de 6 libras. Completando a construção, havia uma trincheira de mais de 90 metros de comprimento (CASTRO, 2009: 323). Já Souza, em 1885, relata que este forte e o de São Bento, destinavam-se a "defender a costa, o grande saco de Japuhiba, a frente da cidade e a estrada que se dirige a serra para subir a São João do Príncipe. Além deles, foram projetadas em 1822 outras baterias e um forte na ilha próxima [?], para haver um eficaz cruzamento de fogos" (SOUZA, 1885: 115). 

Complementa ainda que as construções dessas últimas fortificações “foram adiadas", ou seja, não se concretizaram, e que dos dois fortes existentes (em sua época) apenas devia haver ruínas. Garrido informa que, em 1838, essas duas fortificações de Angra eram comandadas em conjunto pelo 1º Tenente João Floriano de Oliveira (GARRIDO, 1940: 129).

Um vereador dos anos 1950 solicitou que fossem colocados na praça...

Há décadas na Praça Amaral Peixoto, na orla de Angra, mais conhecida como "Praça do Porto", estão cobertos por uma massa de tintas antigas de repinturas e corrosão preta, típica do cobre enferrujado.

Aliás, a praça precisa de uma remodelagem drástica e o Centro de Artesanato está há 10 anos com seus boxes tomados por artigos by China, ou artesanatos de outros estados do Brasil, mas quase nada típico atrativo ou da cultura local.Isso sem falar que este espaço não tem regras de tempo de uso ou contrato com o Poder Público.

Nossa proposta é que sejam transferidos para a Praia do Anil, no jardim gramado onde estão as palmeiras/coqueiros do calçadão, entre a Capitania e o Monumento dia Reis Magos, local mais próximo possível do local original. Ali, um totens com a história escrita.

Esta Praça é um local lindo, com chafariz, árvores e jardins e ainda tem uma lanchonete charmosa e ainda um parquinho com diversos brinquedos. Além de ter vista para os barquinhos coloridos dos pescadores.

Mas os canhões estão em condição vexatória!!




DO FILÉ DE SOROROCA Á CIRANDA: FESTA DA SANTA CRUZ , TARITUBA, RIO, BRASIL

Cores e sabores de um povo em extinção.
Filé de pescada ou sororoca e lula a dorê
Capela da Santa Cruz

FESTA DE SANTA CRUZ, NA PRAIA DE TARITUBA, EM PARATY, RIO, BRASIL.
Com origem ainda sendo estudada por pesquisadores e  folcloristas, esta festa religiosa, mas também de folguedo tipicamente caiçara, remete provavelmente ao século XVIII, quando as comunidades de pescadores açorianos(portugueses) e caboclos indígenas se organizaram e foram influenciados pelos freis da Ordem Jesuíta.
Ocorre em maio, com procissões, Folia do Divino e dança da Ciranda e outros ritmos oriundos da mesma.
Rico em sonoridade única dos cânticos entoados, com vozes guturais e instrumentos que mesclam a origem negra, indígena e européia.
Jantamos no quiosque do Marcelo"s Bar, com filé de pescadinha e lula a dorê.
Comunidade tradicional com falas e cadência de vida natural, mas muito pressionada pelos vícios urbanos como o uso de drogas, ritmos barulhentos e alinantes como o funk e pela pressão imobiliaria e favelização.
Mas resistem!! 
Agnes e Maria

Decoração de conchas, moluscos
e canoa na casa da Sibélia

petrechos de pesca numa das diversas taperas

"Pardinho " Bulhões tocando o bumbo

Andor enfeitado.

Esse ano nós fomos.
No último dia, domingo.
Abraçar os amigos, 
sentir os sabores, ouvir as rezas e as danças...uma experiência única no Brasil e no mundo...bem localizada!



quarta-feira, 4 de maio de 2016

MAESTRO BEVERLEY GERARD MAXWELL GALLOWAY: UM ESQUECIDO

O Maestro, diretor de teatro e compositor Beverley Gerard Maxwell Galloway, inglês e radicado no Brasil, em Angra desde os anos 60, criou variás óperas com o molejo caiçara e com personagens locais. Além de composições adaptadas de autores ingleses e de outros países.






O MAESTRO NOS ANOS 1990, NO DIA 7 DE SETEMBRO,
FERIADO NACIONAL
E CONDUZINDO A BANDA DO COLÉGIO NAVAL E
 CORAL DA CIDADE


Deixou um acervo enorme de livros  de música, vhs, cds, tanto de cultura geral quanto de produções dele e do Coral. Foi orientador e partícipe de vários eventos e festivais.
Foi  assassinado em 1999 em sua casa, na Fazenda arrendatária Boa Vista, no bairro Monsuaba até hoje de forma misteriosa.
De 2001 a 2002, lutei para formar uma comissão do coral e amigos e consegui rastrear os móveis de jacarandá, angelim etc de antiquários adquiridos pelo maestro por anos...e que ele tinha xodó.Recuperei alguns que estão ainda hoje no Convento São Bernardino de Sena e os melhores, continuam na segunda sede da Fazenda citada.
Porém a truculência do então secretário de Cultura, Narciso, que expulsou aos berros da sua sala, a comissão com mais de 15 pessoas_inclusive idosos, como a Sra. Hermínia_ fez com que a comissão se dissolvesse.
O acervo de livros, audioteca, fitas de vídeo, fotografias....quando de sua morte, foi retirado pela prefeitura  e depositado de forma totalmente negligente debaixo da escada do Centro Cultural , na Sala de Dança...de onde foi roubado numa verdadeira "feira livre" por várias pessoas!!!
Até hoje as partituras originais das óperas e outras óperas estão uma com o Coral da Cidade e outras espalhadas por particulares...
Em 2014, provoquei uma Audiência Pública na Câmara Municipal de Angra dos Reis, junto com o vereador Jairo Magno, sobre Patrimônio Cultural, onde além de denunciar o abandono e também furto do patrimônio de casarões, monumentos e peças históricas (inclusive de naufrágios), também elenquei várias emergências como o acervo do Galloway, as mais de 100 peças arqueológicas de naufrágios coletadas pelo Galindo e o Inquérito Civil aberto no Ministério Público por mim.
Poderá se transformar em uma ação judicial coletiva e popular.
INQUÉRITO CIVIL


Ação Civil Pública....ainda corre...

PRAIA DO TANGUÁ EM ANGRA, UM CORES, REFLEXOS E IMAGENS CAIÇARAS

Em abril, numa tarde de sábado, fomos até a Praia do Tangá, na chamada Estrada do Contorno, próximo ao Resort Gallé, em Angra dos Reis.
É uma praia em estado ainda natural, sem construções próximas e acessível tanto por trilha quanto por uma servidão pública de escadas de madeira.
Um local de natureza exuberante, com mata nativa, rochas de diversas formas dentro  do mar e fauna e flora que ainda resistem á pressão de especuladores imobiliários do entorno,  da região, já bastante degradado e embora faça parte da APA de Tamoios (Decreto 9452/1982), sofre com a falta de fiscalização por parte da prefeitura e órgãos estaduais e federais.
Mas a biodiversidade é dinâmica.
CORES E MAGIA NUM SIMPLES ENTARDECER

PINTURA NATURAL

FAUNA DO LOCAL

TÍPICA FLORA TROPICAL, ESPÉCIE BROMELIACEAE

AINDA QUE SOB PROTEÇÃO LEGAL E REGIÃO TEORICAMENTE NON AEDIFICANDI, ESPECULAÇÃO E TENTATIVAS DE FECHAR TRILHAS DE 200 ANOS.

MESMO SENDO ÁREA PROTEGIDA, ATAQUES SÃO CONSTANTES

ESPETÁCULO NATURAL

VSITA DO MAR

MESMO Á SOMBRA, UM PARAÍSO
A nuance do brilho do sol com as diversas matizes de bromélias e o céu azul refletidas na água formam uma verdadeira vernissage ao ar livre!

MARAVILHOSAS CATARATAS DE IGUAÇU

CATARATAS DO IGUAÇU, UM ABRAÇO DA NATUREZA!!
Estivemos entre 10 e 15 de abril em Foz do Iguaçu e simplesmente nos marcarão para sempre esses dias!
O HOTEL
Ficamos no Hotel Tarobá Western, que é completo, tanto na localização há uns 20m de churrascaria e padaria e ainda uns 50m do Bosque Guarani.Isso sem falar na distância de ônibus para o Paraguay e Argentina a preços baixíssimos...sua infraestrutura é ótima:caixa eletrônico de cartão de crédito(saques), máquinas de lanches, tipo snack e ainda de bebidas, salão de jogos e piscina. Ponto negativo para o café da manhã repetitivo etc.
Dali partimos para as Cataratas e o clássico roteiro, com ida no imperdível e bem cuidado Parque das Aves, que é particular.
FLORES TROPICAIS, ORQUÍDEAS E EPÍFITAS PELO CAMINHO

BORBOLETAS MULTICOLORES E DE FORMAS VÁRIAS, TE ACOMPANHAM!

UMA DAS VISTAS

PASSARELAS COM DIREITO Á UM "BATIZADO"

CORREDEIRAS E AO LONGE, A "GARGANTA DO DIABO"

CENÁRIO DE FILME

AGNES E MARIA NUM DOS MIRANTES

A BELEZA DE UM MUSGO

NO PARQUE NACIONAL DO IGUAÇU
As Cataratas do Iguaçu do lado brasileiro são um espetáculo para fotografias. Pois é panorâmico.
No caminho, já dentro do Parque Nacional, vimos veados  e pássaros. Muitas borboletas...muitas mesmo!!!A ponto de saírem nas fotos!
Antes de você ver as enormes corredeiras e cascatas...já ouve aquele inconfundível som de águas entre as árvores.
O restaurante Canto das Canoas é agradável, mas o bufê é caro para a qualidade da comida.
Os queridos quatis são um espetáculo á parte...vez em quando roubando lanches dos turistas...
As corredeiras e quedas são como um abraço e um novo batizado, com a névoa refrescante no visitante de tão enormes!!

A pujância da natureza em toda sua forma!!

EXPEDIÇÃO ITACURU: VISITA A MISSÃO DE SAN IGNACIO MINI, ARGENTINA

VISTA ÁS RUÍNAS DA ARTÍSTICA E HISTÓRICA MISSÃO DE SAN IGNACIO, NA PROVÍNCIA DE MISIONES, NA ARGENTINA.
Fui a partir de Foz do Iguaçu, através da fronteira e da cidade de Puerto Iguazu com a empresa Fallstours , com motorista e á nossa disposição. 
Foi emocionante!
Grandiosidade em meio a floresta:
 utopia de um mundo diferente.

Almoçamos no restaurante em frente ao Museu, mas a cotação dólar-peso é equivalente e a comida de baixa qualidade e quantidade. 
Porém, fomos bem atendidos e com simpatia.
Nem porção  arroz que pedíamos tinha. É tudo racionado naquele país.

Há totens eletrônicos em diversas línguas; o visitante pode ouvir a história dos compartimentos, costumes e organização indígena- jesuíta .




ITACURU: o nome da Expedição foi baseado no termo indígena de uma rocha muito usada nas construções , com oolitos de óxido de ferro e microgrãos de areia.

Inspirado pelo filme "A Missão", com a trilha de Enio Morricone no celular!

Regimento de soldados de linha,
do Exercito português.
Cena do filme A Missão,
de Roland Joffé, de 1986.
Além disso, vale conhecer um pouco sobre a música barroca hispanoamericana,mormente da Orquestra de Moxos e da região missioneira de Chiquitos, na Bolívia.Com essa musicalidade jesuítica e a civilização utópica tentada por eles por mais de 100 anos...a experiência ao ver os afrescos em rocha e argila, a magnitude monumental daquele Patrimônio fica mais profunda.


A missão de San Ignácio Miní fundada 1632 pelos Jesuítas nas Américas durante o período de colonização espanhola.
Sentimento nativista:
 flores estilizadas locais na arte



Redescoberta em 1897San Ignacio Miní ganhou alguma fama após o poeta Leopoldo Lugones fazer uma expedição à área em1903, mas o trabalho de restauração só se iniciou nos anos 40. San Ignacio Mini foi construída naquele que se pode chamar o "barroco Guaraní" e pode ser considerado o mais espetacular exemplo das 30 missões construídas pelos jesuítas num território que atualmente compreende  ArgentinaBrasil e   Paraguai.

Lajota original!




O complexo das ruínas abriga o Museu jesuítico de San Ignacio Miní

Desde 1984 que San Ignacio Miní é Património Mundial da UNESCO.

Detalhe em alto relevo
mescla figuras indígenas e temas católicos

Marcas de canhões no mural?

Museu

Arte escultorica