A taboa é um dos mais versáteis vegetais arbustivos aquáticos, que temos nos alagadiços, pântanos e brejos brasileiros. Embora seja encontrada em todos os continentes, com exceção talvez da África.
A tradição caipira e porque não, também dos caiçaras, sempre usou essa planta, para o conforto , como a esteira de palha chamada tarimba e com a paina, se enchia travesseiros, esses, feitos com capas de chita ou até mesmo de sacos de estopa reaproveitados de feiras.
Meus antepassados em Lídice(Rio Claro,RJ) levavam as crianças para ajudar a colher, e minha mãe nos conta as sensações, magia e dificuldades....a friagem sim, mas também o divertimento com as flores voando e as cobrindo de penugem... levadas pela brisa.
O pior é a colheita, pois é nos meses de frio, entre julho e agosto quando ocorre sua inflorescência.
Somado ao perigo de contato com animais peçonhentos como cobras e aranhas, que escondidos nas folhagens e na água de alagadiços, fazem seus ninhos e teias naquele emaranhado de folhas.
O frio, o sereno gelado e o vento trazem uma sensação térmica ainda mais congelante...
A fibra que se faz utensílios domésticos como cestos, chinelos e até pequenos tamboretes de madeira com o assento desse material, vem da folha, secada ao sol.
Retira-se em fiapos grandes.
O que muita gente não sabe, é que há partes comestíveis, quando a planta está jovem.
Do broto, se extrai um palmito bem macio. Presente nas cozinhas caipiras, sertanejas e caiçaras há séculos.
Já a espiga, se cozinha e pode ser usada inclusive em purês e sopas com temperos como cebolinha e salsinha.
O pólen, que é a parte transparente que sai do alto, podem ser comidos in naturae, ou aproveitados na culinária simples, como doces.
Suas sementes bastante oleaginosas, são equivalentes ao óleo de girassol.
O artesanato se destaca e é a forma mais conhecida da taboa, pois dinâmica, a palha fibrosa vai desde cestos, bolsas e bijuterias até calçados e objetos decorativos representativos da floresta , como peixes, pássaros e formas geométricas. Há muita influência indígena no design.
Indubitavelmente, a taboa, pau-de-brejo, capim-de-lagoa, paineira -do-brejo, etc...é nossa companhia desde tempos imemoriais, tanto na habitabilidade quanto até mesmo na nutrição.
Boa lembrança desse versátil vegetal.
ResponderExcluirGrato. Verdade.
ExcluirMaravilhas,
ResponderExcluir