sexta-feira, 5 de abril de 2019

A HISTÓRIA EM IMAGENS MEMORIAIS

Há imagens que são "históricas" porque foram historicizadas pelo próprio tempo e seu significado para a cultura local.

1-HISTÓRIA DENTRO DA  ESTÓRIA
neste nosso caso, é implícito o valor nelas, pois trata-se de uma leitura da realidade de então, captada por olhares de diversos autores: cientistas alemães, pintores austríacos, botânicos franceses, geógrafos estadunidenses entre outros.
Extração da gnaisse facoidal , de Drebret.
São pessoas armadas com pincel e lápis apenas, como Spix, Debret, James Handerson, Rugendas, Maria Grahan, Von Martius e tantos outros relatores.
Grande parte trazidos pelo incentivo financeiro e patrocínio real da comitiva de Dom João VI e  depois pela Imperatriz Carolina Josefa Leopoldina Francisca Fernanda de Habsburgo-Lorena.
Uma mina tipo pedreira.
 Tão comum para uso dos maciços  da Serra do Mar
 nos caminhos antigos coloniais.

Tropeiros em um "pouso"(de Charles Mendseer)




Assim, são janelas historiográficas por si só; verdadeiros vórtices no tempo.
Há oportunidades de estudo no ramo da ecologia, antropologia, arqueologia da paisagem e até moda.

Tela do pintor frances Auguste Biard

2-ESTUDOS DO IPHAR:
No nosso caso, estamos diante de uma rara imagem de uma mina de extração rochosa(1) muito provavelmente.
Construções habitacionais e até estradas imperiais.
Também retratam os personagens verídicos(2;3,4) da frequência dos caminhos primevos, sertões das gentes "bravias" e tropeiros.
Temos ainda os precários modos de transporte.(5)
Importante ressaltar o papel fundamental da mulher colona; esta , ainda que cuidando de gravidez (muitas vezes de risco) e  filhos, também detinha conhecimentos de botânica e herbários,-neste caso, na maior parte num híbrido riquíssimo de farmacopéia primitiva, mas eficaz, de essências extraídas e guardadas, misto de beberagens européias e os chás e alimentos aprendidos com as cunãs Tupis- conheciam de cavalariça e até de armamentos, pois na ausência de algumas horas ou até meses, de seus consortes, elas provinham a casa e se protegiam, pelo menos do primeiro ataque de criminosos, bandoleiros e indígenas, com uso de trabucos montados, arcabuzes e explosivos.
A odisséia diária de tropeiros e ajudantes á paga ou escravos.

Tropeiro, com seu itens básicos


3- TÉCNICAS USADAS PARA RETRATAR.
A mais variadas técnicas foram usadas por estes viajantes: 
A- Litografia, molde impresso a partir do original, prensado sobre uma superfície calcária ou metálica.
B- Xilogravura, arte e técnica de fazer gravuras em relevo sobre madeira.
C- Desenho livre a lápis, giz ou carvão com efeito esfumaçado ou não.
D- Pintura, com uso de tela têxtil tradicional ou outra base; tinta a óleo.
E- Fotografia. Primitiva e a partir da segunda metade do século XIX.


4-EPÍLOGO:
Assim, temos esses registros, mesmo que subjetivos em parte internalizados pelos autores e em alguns casos, até produzidos intencionalmente sob influência de ideologias políticas  e teorias raciais.

As mulheres colonas: trajes de época remontados
 com Agnes , Carlos Eduardo e Maria Célia

Achados do IPHAR


Aproveite a viagem!

Carlos Eduardo
Presidente do IPHAR

Nenhum comentário:

Postar um comentário

AGRADEÇO PELA CONTRIBUIÇÃO!
AGORA VOCÊ É UM CAIÇARA!