segunda-feira, 1 de março de 2021

EXPEDIÇÃO ANTROPOLÓGICA ARAPONGA: COMEMORANDO O ANIVERSÁRIO DE PARATY, COM CACHOEIRA , TEKOA/ALDEIA GUARANI E ORQUESTRA SINFÔNICA.



🏺1- A CHEGADA E A ACOLHIDA
Nossa missão de fato começou na Serra que dá acesso ao Tekoa Guyraitapu Pygua, conhecida como Aldeia Araponga, que começa no bairro Patrimônio, em Paraty...com ladeiras íngremes e trechos com matacão de granitos na estrada...com trechos lindos de vista do vale verde e florido.




Diálogo descontraído, m
intercâmbio cultural.



Na estrada há algumas placas

Todos ouvindo respeitosamente o Xeramõi

Sra.Marciana de Oliveira

Aldeia fica num platô


Ao chegarmos, fomos recepcionados pelas lindas crianças curumins, e sob o alpendre da cozinha , acolhidos pelo alegre ancião da comunidade, o Xeramõi("avô") e Karaí (cacique) Sr. Augustinho, ou Karaí Tataendy Oca, que com seu sorriso e altivez de 101 anos e sua esposa, foi nos apresentando sua história, sabedoria e nós, fazendo nossa cerimônia informal de reverência.

Conheça neste link, a arte milenar da cestaria





🏺2- 
VISITA AO LOCAL SAGRADO , A OPY.
Após nossas demonstrações de amizade recíproca, nos convidou para conhecer o local sagrado deles, a Opy (opã), onde ocorre a  ritualidade e o elo de intercâmbio psicossocial de todos os  autóctones M'bya da aldeia e visitantes convidados.

Tudo sob o olhar curioso dos curumins!

O Petyngua sagrado do pajé


Ali estão os instrumentos musicais como o tambor  angua'pu, as ervas, os cachimbos petynguá de efusão espiritual, a rabeca de 3 cordas (ravé), e o principal, o milho (avati), com seus 7 espécies!
Ali ele nos convidou a participar em julho,  da cerimônia do Nhemongarai, batismo do milho e do nome das crianças.

Várias espécies de milho,
 alguns exemplares
com mais de 50 anos!


Ravé

angua'pu

m'baraka

Estaremos nos organizando para tal.
Iniciar no conhecimento  da cosmogonia guarani M'bya foi uma experiência inesquecível ...e tudo num clima leve, alegre, da liderança do Sr. Tataendy.

Entrega do
livro higienizado,
 e com máscara


Também entreguei o livro sobre lendas e estórias da Ilha Grande, num compromisso com a UERJ, que nos comprometemos , de entregar às comunidades caiçaras e indígenas da região.

Ali ele me apelidou de Karaí Juruá , ou seja , cacique branco, do grupo.



Instrumento feminino
 de percussão 

🏺3-A CACHOEIRA DAS TRÊS QUEDAS

Conforme a programação que fiz, todos fomos fazer a trilha até a Cachoeira das Três Quedas...

Após atravessarmos 3 regatos e descidas íngremes em meio a vastidão de bromélias (Bromeliaceae), manacás (Tibouchina mutabilis), samambaias gigantes (Angiopteris evecta), e despenhadeiros que eu classificaria a trilha em grau médio (principalmente a sedentários, idosos ou com outros problemas)...mas chegamos na magnífica queda dágua!









Pequenez 




Liberdade!
Tem um poço, e cai de uns 20m, com curso d'água quebrado por 3 bacias...

Nossos guias foram o jovem Karaí Mirim e outro rapaz da aldeia.

Mágico e revigorante!!



Admiração por este altivo líder!

🏺4- ALMOÇO, IMERSÃO CULTURAL E O "TEREHO PORÃITE"

Nosso almoço foi galinha caipira e a melhor batata doce que já comemos!
Realmente doce! Orgânica, dali!

A toalha de mesa eram folhas de bananeira naturais...um charme.
E o fogão a lenha lembrando tempos ancestrais...e memórias afetivas.

Após o almoço, nós imergimos no artesanato, a simbologia da cestaria e toda visita tem a parte pior: a despedida...

Acesse aqui o link sobre o artesanato dos animais

Abracei o cacique Augustinho ...ele me disse uma frase em guarani, que só entendi Nhanderu (Deus)...

Em guarani (não sei de qual etnia  é esse dialeto), "tereho porãite" significa "Vá bem"... é esse sentimento que tivemos deles.

Todos nos despedimos...eu parti a frente do grupo...
Meditando...
Agradecendo...
No silêncio...





🏺5-PASSEIO EM PARATY, FEIRA DOS ARTESÃOS E ORQUESTRA SINFÔNICA

Fomos para o Centro Histórico.
Mesmo a amiga  Angelica com o pé luchado...ela foi conosco.


Visitamos o Mercado das Artes, que é uma feira de artesanato próximo a Igreja de Santa Rita (Museu de Arte Sacra)...ali tem muita arte popular e diversas técnicas; me encantou a delicadeza das peças feitas pela artesã da Praia Grande de escamas de peixe e principalmente a arte em folhas naturais com bordados ... técnica de esqueletização, dando efeitos lindos e de cores pastéis em vegetais de fibra natural.


Vimos o fenômeno da maré cheia que transforma as ruas de Paraty num espetáculo de fotos espelhadas na água e quando muito cheias as ruas viram passagem de canoas e caiaques.




A cidade foi planejada desde o século XVII com engenharia, para isso.



Comemos uns docinhos brasileiros típicos como cocada, cuscuz e brigadeiro.
Doces brasileiros

Já na Igreja Matriz de Mas. Sra. Dos Remédios...a surpresa: apresentação da Orquestra Sinfônica de Paraty, que a respeito do absurdo atraso de 1h...encantou a todos com maestria!

Principalmente minha ária de ópera favorita: "Mio Babbino Caro", de Puccini.

Chave de ouro nesse hiking ecocultural!

Antigo tachão , jogado no mato





Vivemos 
uma experiência viva 
de gerações e culturas
que se comunicam!

5 comentários:

  1. Pena não poder ter ido, mas pude ir ver por aqui, muita riqueza cultural e pesquisa, um belo trabaho.

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  2. Foi uma experiência incrivelmente, maravilhosa a nossa visita a Aldeia Araponga. Valeu a pena conhecer. 😍

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AGRADEÇO PELA CONTRIBUIÇÃO!
AGORA VOCÊ É UM CAIÇARA!