sexta-feira, 18 de agosto de 2023

EXPEDIÇÃO ANTROPOLÓGICA ITAGUASSU: DO PARAÍSO AO PARTO DO SOLO SAGRADO..

  

1- Uma expedição de retorno: origem

A Ilha Grande , em Angra dos Reis-RJ , sempre foi palco de grandes movimentos , sejam eles humanos ou naturais.

Formada há quase 800 milhões de anos (Tupinambá, at 2000 e Heilbrom e Machado, 2003), inclusive com registros de grandes massas deslocadas já no período de colonização humana.

A nossa ida , ocorrida de  21-22-07/2023 teve o objetivo de analisar a fenomenologia recorrente de instabilidade ambiental dos períodos chuvosos onde há povos caiçaras e também uma oportunidade de pesquisa do quanto a cultura está preservada ou como está o índice de mesclagem moderna de outras influências naquela região de Araçatiba, além da expansão urbanística e seu impacto sobre o patrimônio cultural arquitetônico dos telhados, já identificado em outra Expedição (link abaixo).

Clique aqui e conheça a Expedição Arassa Tyba

Em abril de 2022, durante dramáticas chuvas , a Praia de Itaguassu onde inclusive havia uma família fixada com restaurante, foi totalmente destruída por uma avalanche formada por uma massa de milhões de toneladas de rochas enormes , argila e vegetação, modificando a paisagem e sepultando os moradores.


Simbolicamente, um típico telhado ilhéu
 sobreposto sobre uma rocha da Praia de Itaguassu
que era original antes do fenômeno natural.


Montagem do guia turístico Ulisses Maia


A praia de Iguassu, tem nome do léxico Tupi, e nas duas traduções, tem significados de rochas inconstantes e de geologia volátil ....



Nossa estadia foi realizada com visitação a restaurantes, no dia 21 a noite, com caminhada pelo vilarejo onde percebemos a abertura de novos empreendimentos, com variado cardápio e embelezamento cênico e infraestrutura privados, embora a servidão pública continue com trechos sem calçamento, com partes sem iluminação e portanto, com acessibilidade prejudicada; porém, o bom gosto dos investimentos e a tranquilidade exaltam o lugar!

Ali na vila, você pode degustar desde um simples e brasileiríssimo arroz com feijão e proteína até vieiras/cocquile de Saint Jacques colhidas ali mesmo nas fazendas marinhas.







No dia 22 com a trilha de Praia Grande de Araçatiba x Praia Vermelha, após a vila principal, se descortina a Araçatibinha, lindíssima praia em tons avermelhados-cobre, devido a presença de areia formada por cristais de quartzitos e metais ferruginosos.

Um eloquente quadro de cores e formas !

Trilha de Araçatibinha x Itaguassu

Araçatibinha




Solo caiçara!

Tainha fresquinha, vendida direto na praia



Estonteante beleza!

Obra de arte!!

2- O paraíso virou solo sagrado...

Chegamos na Praia de Itaguassu.

Há uma bifurcação onde se escolhe ir por uma escada abaixo da trilha, pela praia (na verdade, um monstruoso aterro ) ou se segue pela trilha principal.

Descemos a escadaria.

Se abre um cenário inóspito que inevitavelmente nós leva a reflexão sobre a majestade do meio natural...

O desprendimento de blocos de matacões de um maciço rochoso , já na vertente da montanha, causou uma quebra de aproximadamente 300m x 10m, que sendo um grotão de uma garganta,  acabou sendo canalizado com energia duplicada para o centro e explodindo após essa afunilamento, se reabriu com na praia.

Toda a paisagem mostra um desenho de efeito ampulheta!


A pedra que sobreviveu...

Cenário anterior (foto da internet)

Cenário anterior (foto da internet)




Visão da faixa de areia: 4m de aterro...

Hoje é local sagrado, onde repousam familiares do Sr. Arlindo e familiares.

3- A Praia Vermelha e seus caiçaras, proto-museu e uma boa conversa

Ali na Praia Vermelha, terminamos com uma boa conversa com o proprietário da Pousada Frezza Mergulho, o Sr. Frezza...que contou causos e me mostrou seu acervo de espécimes marinhos esqueletizados, dentre eles baleias, golfinhos e moluscos, prontos para montarmos uma exposição museológica (estamos em conversação).











Isso, com um almoço bem temperado e atendimento personalizado.

Também naquele recanto tropical angrense, subimos os caminhos cimentados  do morro do bairro e observamos mais exemplares de telhados caiçaras, com telhas tipo francesa, de calha dupla, e o mais típico: os pináculos.

Além disso, há canoas nativas tipo ubá (cavoca de um pau), pela praia, que estão rareando.


4- Epílogo

A aventura foi de grande valia, tanto na visitação e pesquisa da força geológica atuante na área quanto no acompanhamento da urbanização regional.

Fizemos novos contatos e relações culturais que serão base de implantação para projetos positivos.






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AGRADEÇO PELA CONTRIBUIÇÃO!
AGORA VOCÊ É UM CAIÇARA!