sábado, 27 de outubro de 2018

CAIÇARAS ANTIGOS DA ILHA GRANDE: UM EMOCIONANTE REGISTRO ANTROPOLÓGICO!

A região  da Costa Verde, no Estado do Rio de Janeiro, foi uma das primeiras a serem colonizadas no século  XVI, no sentido europocentrico.

Obs: imagens da internet; livre acesso.


Mas a presença  humana remete (comprovadamente), há  mais de 8 mil anos.
Com vários  ciclos econômicos  e levantes sociais, há  um rico acervo de estórias, "causos" e vivências, principalmente dos antigos caiçaras  ou migrantes de longa data, totalmente "abadjecados" na realidade insular!

São  pescadores, agricultores, pequenos comerciantes de "secos e molhados", funcionários  dos diversos presídios  federais e estaduais que ali funcionaram, etc.

A  Ilha Grande Web TV, é  um canal online no Facebook, que leva denúncias, curiosidades e informações sobre a belíssima  região  tropical da Ilha Grande, em Angra dos Reis-RJ, Brasil.




O Diretor-presidente, Sr.Rodney Dias, ao contrário  de teses universitárias  e estudos acadêmicos   que circulam apenas no meio pseudo-intelectual, faz registros fortuitos e tem divulgação  ampla, popular e mesmo assim, com sensibilidade e aproveitável  como fonte antropológica. 
Abaixo, um registro  que nosso Depto. De Estudos Antropológicos das Comunidades Caiçara, Quilombola e Indígena  aproveitará. 

🏝🚣
CAIÇARAS ANTIGOS DA ILHA GRANDE
🚣🏝

https://www.facebook.com/686456158196715/posts/1126131210895872/

quarta-feira, 24 de outubro de 2018

A TRADIÇÃO DO "ESPIA" CAIÇARA DAS TAINHAS

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BRINCANDO COM A HISTÓRIA
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🛳CULTURA CAIÇARA:
PERSONAGENS REAIS🛳

🐚🐟O ESPIA DAS TAINHAS(Mugil brasiliensis)🐚🐟

Nessa época a tainha chegava formando grandes cardumes fugindo
das águas frias do sul.
As redes eram especiais para esse tipo de peixe.
Os pescadores que possuíam esse tipo de rede, com malhas maiores e altura suficiente para chegar ao ponto mais profundo, se reuniam, convocavam seus ajudantes, denominados “camaradas” para cada um ocupar a sua posição de trabalho. Eram necessárias cinco ou mais redes que eram emendadas (alinhavadas) para completar toda a extensão, saindo da praia, dando a volta por fora do cardume e voltando a praia, sem deixar espaço vago para o peixe não fugir. Era preciso mais de mil braças de redes.

🐟🐚E CHEGA A HORA...
Para localizar o cardume e saber quando estava no “lanço” (ponto exato para o início do lançamento das redes), eram escolhidos experientes pescadores chamados de “espias”, que de acordo com a quantidade de tainha que pulava, calculavam a quantidade de peixe que estava no cardume. Eles se posicionavam no mar e os de terra aguardavam o sinal que ele dava com o chapéu, avisando que o cardume estava no ponto de cercar.
🐚Tocavam o "buzo" (búzio/Strombus goliath), e o som sagrado da sobrevivência  tomava a praia , alarmando o vilarejo e os recantos...era o sinal!!






🐚🐟MEMÓRIA  DOS ESPIAS
Os espias que se destacavam eram: Candinho Manduca no Perequê-Açú, Constantino Duarte no Itaguá, Constantino Eugenio nas Toninhas, João Vitório na Enseada. Os grandes pescadores que possuíam redes para esse tipo de pesca eram: Antonio Athanásio da Silva, Alfredo Vieira, Didito e Neném da Luz na praia da cidade, Brazinho no Itaguá, João Glorioso no Saco da Ribeira e João Vitório na Enseada.Na Ilha Grande, a família  Tenorio  da Praia do Aventureiro atuava nesse mister: até  hoje tem a Pedra da Espia, naquela vila.

🐚🐟UMA AÇÃO  COMUNITÁRIA, INCLUSIVE CRIANÇAS  E MULHERES
 Quando o espia dava o sinal com o chapéu, os que aguardavam lançavam as canoas ao mar. Tudo era muito rápido porque as tainhas eram muito espertas e fugiam do lanço. Contornando toda a rede, dezenas de canoas permaneciam junto ao cabo da bóia, aguardando as tainhas que quando sesentiam cercadas, saltavam para fugir do cerco e caíam nas canoas. Cada canoa possuía uma rede protetora vertical destinada a impedir que a tainha pulasse por cima da canoa e conseguisse fugir. Eles eram chamados de “aparadores”.

Ouça o som ancestral!


Na praia, os camaradas puxavam a rede em ritmo cadenciado e lentamente o lanço chegava ao fim. A expectativa da multidão que se reunia na praia era igual a dos camaradas que faziam previsões otimistas do resultado daquele lanço. Quando toda a rede chegava à praia os camaradas preparavam o monte de tainha para começar a divisão.

https://www.google.com.br/url?sa=t&source=web&rct=j&url=http://www.pesca.sp.gov.br/serreltec_28.pdf&ved=2ahUKEwjg1dHbkp7eAhXCposKHaE4BqcQFjANegQICBAB&sqi=2&usg=AOvVaw2eLHSh2dMtvTa3CXPgGqRj

Os aparadores aguardavam nas suas canoas, para entregar aos donos das redes um terço do que conseguiram aparar. O resultado total do lanço era dividido entre os donos das redes, chamado de “quinhão”. Cada dono começava a divisão entre os seus camaradas. Primeiro era separado o quinhão do santo, denominado de “tara”.



🐚🐟 A FARTURA É  PARA TODOS
Em cada 100 tainhas era separada a mais bonita e maior que era vendida por um preço melhor e com o dinheiro faziam uma festa, em cada praia, ao fim de cada temporada de pesca. Um terço era separado para o dono da rede, denominado de “mestre”.
Hoje, esse conhecimento ancestral desse mestre dos mares e o belo sentimento de comunidade...se perderam...

🎥Foto: Agnes, 22/10/18

Fonte :   Espia / Nelson Werneck Sodré in Tipos e Aspectos do Brasil. - Departamento de Documentação e Divulgação Geográfica e Cartográfica / Instituto Brasileiro de Geografia / Fundação IBGE. - Rio de Janeiro, 1970

domingo, 21 de outubro de 2018

CUNHA-SP: Cidade dos tropeiros, da cerâmica e do sorriso

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PASSEIO EM 
CUNHA-SP:
 PELOS CAMINHOS DOS TROPEIROS, DA CACHAÇA  E DA CERÂMICA !

Hoje fomos conhecer a montanhesa Cunha-SP.
última  cidade paulista da Estrada Real, antiga região  da Serra do Facão e Registro português da Fazenda Taboao entre o século  XVI e auge no sec. XIX...hoje pequena cidade mas acolhedora, com atrativos tanto de cultura quanto de natureza. O povo cunhense deveria se chamar "cidade sorriso". Povo simples, mas simpático. 
Com vários  ateliês de olaria cerâmica  artística, Casa do Artesão, Museu Municipal, Igreja Matriz, Igreja do Rosário(com feirinha de flores/Zantedeschia aethiopica e  orgânicos), Lavandário, Mercado Municipal e cachoeiras maravilhosas.






🏛📸O MUSEU MUNICIPAL🏛📚

O Museu Municipal de Cunha fica num belo sobrado antigo, onde também  está  a Biblioteca Municipal...
É  muito rico mas é  uma coletânea  de vários  objetos, peças e documentos, num espaço  muito apertado para a riqueza histórica que contém. Destaque para a homenagem aos primeiros moradores e colonizadores dos sertões...

https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=2168739150074767&id=100008161095151

Uma lição  para cidades ricas como Angra, que vergonhosamente ainda não  tem um espaço  permanente com mostra  museal com a sua pungente história e pré  história variada que desenvolveu nos seus séculos  de civilização  local...

🐎🏛
PASSEIO EM
CUNHA-SP:
 PELOS CAMINHOS DOS TROPEIROS, DA CACHAÇA  E DA CERÂMICA !

Hoje fomos conhecer a montanhesa Cunha-SP.
última  cidade paulista da Estrada Real.



























Foi palco de batalhas e tiroteios nos anos 1932, quando paulistas tentaram se separar do Brasil.

Terra de caipiras alegres e gente artista e trabalhadora!

Na descida da serra, verdejante e cheia dos "mares de morros", paramos no enpreendimento privado Lavandário, com vistas mágicas  da plantação  da pergumada flor sa lavanda e de paisagens de vales e fazendas...  e depois no Alambique/Engenho D'ouro, já  em Paraty.

A CACHAÇA D'OURO!!!

🍷🍸🍹CACHAÇA!!!🍷🍹🍸

ENGENHO/ALAMBIQUE D'OURO
🎗Paraty-RJ

Cachaça premiada com uma medalha de Ouro em 2014 na ExpoMinas e uma medalha Gran Ouro em 2016 no Concurso Mundial de Bruxelas.

A inconfundível presença do Carvalho Francês harmoniza-se ao sabor da cana-de-açúcar, proporcionando grande prazer aos paladares mais refinados.

Um local que tem até  um Museu dos caiçaras...chamado Museu Rural e seu modus vivendi de séculos.












Visitado por centenas de turistas regionais e estrangeiros por dia.
Os atendentes guiam visitantes pelos mecanismos de produção, transbordando conhecimentos e curiosidades!Há restaurante e degustação gratuita  do aguardente.
A partir de um sonho acalentado por 20 anos por Francisco Carneiro, que começou a produzir cachaça, por lazer, como um hobby, marcado e inspirado pela tradição de mais de 300 anos de história da cachaça de Paraty. A cachaça resultante despertou a atenção da família, dos amigos e apreciadores, por suas características sensoriais e de agradável sabor, e que com o tempo foi se aprimorando e conquistando prêmios nacionais e internacionais de qualidade, atraindo cada vez mais adeptos da boa cachaça.

Selo de Indicação Geográfica

Paraty obteve a primeira Indicação Geográfica da Cachaça no Brasil, que visa reconhecer e proteger o nome geográfico do país, região ou localidade, com produto ou serviço típico do lugar, com tradição histórica de produção, o que faz com que o consumidor saiba que ali vai encontrar um produto de qualidade e com características locais e peculiares, é uma “Indicação de Procedência”.
























🐎🏛
PASSEIO EM
CUNHA-SP:
 PELOS CAMINHOS DOS TROPEIROS, DA CACHAÇA  E DA CERÂMICA !




Hoje fomos conhecer a montanhesa Cunha-SP.
última  cidade paulista da Estrada Real.

Lá  tem também  Casa de Farinha ativa e você  pode adquirir a milenar farinha manema, de mandioca (Manihot esculenta).

Terra de caipiras alegres e gente artista e trabalhadora!

Paraty é sempre um universo multicultural  a parte!