Num mundo de exploração e falta de oportunidades, algumas pessoas sempre tentaram manter sua dignidade e de suas famílias com o que havia: o trabalho braçal.
Uma das figuras mais importantes nas rodoviárias , estações de trem e até em trilhas sempre foi o maleiro ou carregador de bagagem.
Além do trabalho pesado (muitas vezes eram encomendas), o maleiro também era guia de turismo, indicando restaurantes e pensões para hospedagem.
Em Angra, o mais famoso foi o Genô, Agenor Coutinho dos Santos, que nos anos 1960/70 atuava na antiga rodoviária do centro de Angra.
Um personagem esquecido há décadas...que só nossa arqueologia dos costumes , do IPHAR, traz de volta.
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Antigo ônibus da região,anos 1960/70. |
Aliás, ele era meu parente por adoção: meu avô, Seu Ramos, o achou ainda criança desmaiado e abandonado numa praça, passando mal. Não tinha parentes conhecidos.Foi adotado.
Genô amava carnaval: ia atrás dos blocos...
Para ilustrar, um "causo" de Rolando Boldrin, outro saudoso:
As crianças até caçoavam dele...e ele respondia sempre sorrindo, maroto.
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Antiga rodoviária de Angra dos Reis-RJ |
Quando eu era pequeno ainda visitei-o no Asilo São Vicente de Paula, no centro, com minha mãe e a tia Nelza. Já estava acamado e idoso...viveu segundo relatos, até seus 102 anos.
Valeu, Genô!