1- A lenda
Diz a lenda da Mombaça:
No início do século XVI, antes mesmo da colonização, Pe. Anchieta, em passagem pela região, transformou em pedra um dragão que aterrorizava os indígenas, o Anhangá Assu, um monstro terrível, que junto com a deusa do fogo Angra, do panteão tupi, deram a luz ao Anhangá-mirim, esse sim, ainda vive livre, mas não em nossas florestas angrenses e nem paratienses, somente acima das montanhas Amantikir (Mantiqueira), também por causa da benção de proteção do padre jesuíta.
Ao caminhar em missão evangelizadora, pelas praias angrenses, o líder espiritual da Companhia de Jesus se separou com a enorme criatura ...
O monstro pousou na frente dele e com a Bíblia em mãos, exorcisou com as seguintes palavras sacras:
"Draco dormiens, usque
ad novissimum caiçara qui vivit"
Ou seja, "durma dragão, até que o último caiçara viva"!
Assim, até hoje há uma pedra naquela praia com as três garras da frente de uma das patas do dragão.
Já a deusa Angra vive degredada num túnel sob a cidade de mesmo nome, na forma de uma serpente, também aprisionada, túnel este, lacrado solenemente pelos sagrados templos do Convento do Carmo (saída) e pelo Convento São Bernardino (entrada).
Mas...quando o último caiçara de família antiga morrer, o dragão voltará e será solto.
Assim, até hoje, na Praia da Boca, na Mombaça, repousa o dragão petrificado.
"Draco dormiens, usque ad novissimum caiçara qui vivit"! Com estas imprecações sagradas, o dragão foi petrificado. |
Anhangá mirim, o filho expulso para as serras da Mantiqueira, filho do dragão adormecido Anhangá Assu com a deusa do fogo, Angra. Imagem: Rodrigo Fressatto |
2-A história da última casa caiçara da Mombaça
No final da década de 1960 (69), Elói Fonseca adquire terras de um antigo e ancião caiçara angrense que viveu ali por 99 anos (nome ainda sob investigação histórica). Conta a oralidade, que esse senhor, ao ir viver no centro da cidade, durou poucos meses...de tanta saudade e a quebra do seu ritmo natural...
A ponta, como é conhecida, que ia desde um pouco mais da praia da Mombaça até a Ponta da Cidade é uma região de grande beleza cênica e mesmo com toda a urbanização e deques/atracadouros sobre a costeira, detém ainda grande diversidade biológica , facilmente avistável, com espécies tais como a tartaruga-verde ou aruanã (Chelonia mydas) , a capivara (Hidrochoerus hidrochaeris) tié-sangue (Ranphocelus bresilius) entre outras faunas.
A arquitetura da casa é típica:janelas de madeira, telhado em 4 águas e telhas do tipo francesas com tesouramento em madeira de lei, além de paredes com embolso rústico de massa .
Mas o dragão está adormecido...
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AGRADEÇO PELA CONTRIBUIÇÃO!
AGORA VOCÊ É UM CAIÇARA!