1-Origem toponímica
Os topônimos exercem uma função muito mais do que meramente marcadores geográficos; para os povos tradicionais, no nosso caso, a comunidade litorânea dos Caiçaras, eles tem calor cultural e afetivo, trazendo no léxico local, palavras tupis e únicas, do vernáculo típico.
É provável que por existir uma taba/aldeia Tupinambá cujo tronco familiar daquela área específica tivesse as características físicas de serem mais troncudos ou atarracados, recebendo dos próprios Tupinambás de outras praias esse apelido de povo grosso (ou gordo).
Porém, como é de conhecimento , pelas narrativas e registros historiográficos, os Tupis eram esguios , altos e até musculosos, o que frutifica a teoria de que talvez tenha sido uma aldeia de outra nação etnológica, os Puris , conhecidos por essa estatura e compleição corporal.
2- O Muçum (Synbranchus marmoratus)!
Mas por que povo grosso?
Vem de um animal, um peixe muito comum na região, em lagoas e riachos.
Vem do tupi , mu'su , mu'sim ou m'buçu, que significa escorregadio, liso. Mas também é naturalmente grosso e longilínio. Daí povo grosso.
D'onde:
M'buçu aba: gente grossa ou povo muçum
Aldeia tupinambá |
Família indígena |
Igreja original do bairro, século XIX |
Mudanças de modernidade quase nunca são ingênuas: visam ou a especulação imobiliária e/ou a extinção forçada dos nativos a partir do ataque no âmbito imaginário e identitário.
Exemplos em Angra:
🔻Original-Sobreposto
Batanguera- Praia do Coqueiro
Jurubaíba-Praia do Dentista
Os nomes dos relevos e formas naturais são parte do apetrecho de existência e compreensão e até locomoção no mundo que cerca esses povos litorâneos.
Os nomes regionais são um patrimônio imaterial de sua gente!
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AGRADEÇO PELA CONTRIBUIÇÃO!
AGORA VOCÊ É UM CAIÇARA!