1- Uma expedição de retorno: origem
A Ilha Grande , em Angra dos Reis-RJ , sempre foi palco de grandes movimentos , sejam eles humanos ou naturais.
Formada há quase 800 milhões de anos (Tupinambá, at 2000 e Heilbrom e Machado, 2003), inclusive com registros de grandes massas deslocadas já no período de colonização humana.
A nossa ida , ocorrida de 21-22-07/2023 teve o objetivo de analisar a fenomenologia recorrente de instabilidade ambiental dos períodos chuvosos onde há povos caiçaras e também uma oportunidade de pesquisa do quanto a cultura está preservada ou como está o índice de mesclagem moderna de outras influências naquela região de Araçatiba, além da expansão urbanística e seu impacto sobre o patrimônio cultural arquitetônico dos telhados, já identificado em outra Expedição (link abaixo).
Clique aqui e conheça a Expedição Arassa Tyba
Em abril de 2022, durante dramáticas chuvas , a Praia de Itaguassu onde inclusive havia uma família fixada com restaurante, foi totalmente destruída por uma avalanche formada por uma massa de milhões de toneladas de rochas enormes , argila e vegetação, modificando a paisagem e sepultando os moradores.
Simbolicamente, um típico telhado ilhéu sobreposto sobre uma rocha da Praia de Itaguassu que era original antes do fenômeno natural. |
Montagem do guia turístico Ulisses Maia |
Ali na vila, você pode degustar desde um simples e brasileiríssimo arroz com feijão e proteína até vieiras/cocquile de Saint Jacques colhidas ali mesmo nas fazendas marinhas.
No dia 22 com a trilha de Praia Grande de Araçatiba x Praia Vermelha, após a vila principal, se descortina a Araçatibinha, lindíssima praia em tons avermelhados-cobre, devido a presença de areia formada por cristais de quartzitos e metais ferruginosos.
Um eloquente quadro de cores e formas !
Trilha de Araçatibinha x Itaguassu |
Araçatibinha |
Solo caiçara! |
Tainha fresquinha, vendida direto na praia |
Estonteante beleza! |
Obra de arte!! |
2- O paraíso virou solo sagrado...
Chegamos na Praia de Itaguassu.
Há uma bifurcação onde se escolhe ir por uma escada abaixo da trilha, pela praia (na verdade, um monstruoso aterro ) ou se segue pela trilha principal.
Descemos a escadaria.
Se abre um cenário inóspito que inevitavelmente nós leva a reflexão sobre a majestade do meio natural...
O desprendimento de blocos de matacões de um maciço rochoso , já na vertente da montanha, causou uma quebra de aproximadamente 300m x 10m, que sendo um grotão de uma garganta, acabou sendo canalizado com energia duplicada para o centro e explodindo após essa afunilamento, se reabriu com na praia.
Toda a paisagem mostra um desenho de efeito ampulheta!
A pedra que sobreviveu... |
Cenário anterior (foto da internet) |
Cenário anterior (foto da internet) |
Visão da faixa de areia: 4m de aterro... |
Hoje é local sagrado, onde repousam familiares do Sr. Arlindo e familiares.
3- A Praia Vermelha e seus caiçaras, proto-museu e uma boa conversa
Ali na Praia Vermelha, terminamos com uma boa conversa com o proprietário da Pousada Frezza Mergulho, o Sr. Frezza...que contou causos e me mostrou seu acervo de espécimes marinhos esqueletizados, dentre eles baleias, golfinhos e moluscos, prontos para montarmos uma exposição museológica (estamos em conversação).
Isso, com um almoço bem temperado e atendimento personalizado.
Também naquele recanto tropical angrense, subimos os caminhos cimentados do morro do bairro e observamos mais exemplares de telhados caiçaras, com telhas tipo francesa, de calha dupla, e o mais típico: os pináculos.
Além disso, há canoas nativas tipo ubá (cavoca de um pau), pela praia, que estão rareando.
4- Epílogo
A aventura foi de grande valia, tanto na visitação e pesquisa da força geológica atuante na área quanto no acompanhamento da urbanização regional.
Fizemos novos contatos e relações culturais que serão base de implantação para projetos positivos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
AGRADEÇO PELA CONTRIBUIÇÃO!
AGORA VOCÊ É UM CAIÇARA!