domingo, 23 de outubro de 2016

DO ABASSÁ A NOVA YORQUE: O CANDOMBLÉ E OUTRAS RAÍZES DO SAMBA

 
Tendo herdado o status de capital desde 1763 sob o Brasil Colônia, o Rio de Janeiro registrou um crescimento vertiginoso de seus índices demográficos nos 25 anos finais do século XIX, época na qual a cidade se consolidava como o epicentro político, social e cultural do país. No início da década de 1890, havia mais de meio milhão de habitantes no Rio, dos quais apenas a metade era natural da cidade - os demais vinham de outras províncias, como Minas Gerais, Pernambuco, São Paulo e, principalmente, Bahia.[15] Eram migrantes principalmente entre as populações negra e mestiça, bem como de ex-soldados da Guerra de Canudos do final daquele século, que povoavam as imediações do Morro da Conceição, Pedra do Sal, Praça Mauá, Praça Onze, Cidade Nova, Saúde e Zona Portuária. Estes povoamentos formariam comunidades pobres que estas próprias populações denominaram de favela (posteriormente, o termo se tornaria sinônimo de construções irregulares das classes menos favorecidas).
Estas comunidades seriam cenário de uma parte significativa da cultura negra brasileira, especialmente com relação ao candomblé e ao samba amaxixado daquela época. Dentre os primeiros destaques, estavam o músico e dançarino Hilário Jovino Ferreira - responsável pela fundação de vários blocos de afoxé e ranchos carnavalescos - e das "Tias Baianas" - termo como ficaram conhecidas muitas baianas descendentes de escravos no final do século XIX.
Dentre as principais "tias baianas", destacaram-se Tia Amélia (mãe de Donga), Tia Bebiana, Tia Mônica (mãe de Pendengo e Carmem Xibuca), Tia Prisciliana (mãe de João da Baiana), Tia Rosa Olé, Tia Sadata, Tia Veridiana (mãe de Chico da Baiana). Talvez a mais conhecida delas tenha sido Hilária Batista de Almeida - a Tia Ciata.
[4] Assim, o samba propriamente como gênero musical nasceria nos primórdios do século XX nas casas destas "tias baianas", como um estilo descendente do lundu, das festas dos terreiros entre umbigadas (semba) e pernadas de capoeira, marcado no pandeiro, prato-e-faca e na palma da mão.
Instrumentos básicos do samba
e
samba-enredo.
Em 2011, o Consulado do Brasil abriu uma exposição em N. Yorque sobre cultura popular e foi de grande sucesso.




100 anos de samba em 2016: oficialmente comemorado
com a primeira gravação de uma coletânea, em 1916.

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AGORA VOCÊ É UM CAIÇARA!